Rastilho de ônibus incendiados no ES precisa ser apagado

Criminosos colocam fogo em veículos para mandar algum recado: com oito casos somente neste ano, prática que ficou comum nos anos 2000 não pode voltar a ser rotina

Publicado em 14/07/2022 às 02h00
Transcol
Incêndio em ônibus do Sistema Transcol, em Nova Carapina, Serra. Crédito: Leitor A Gazeta

O ônibus do Sistema Transcol incendiado no final da madrugada desta terça-feira (12), em Nova Carapina II, na Serra, foi o oitavo registrado neste ano. No dia 29 de junho, durante protestos pela morte de um jovem em Cobi de Cima, em Vila Velha, foram três veículos destruídos pelas chamas em uma única noite.

A prática é uma estratégia que usa o terror para mandar recados às autoridades ou expor insatisfações. É fato que raramente há feridos: passageiros e funcionários são normalmente retirados pelos criminosos antes de atearem fogo nos veículos, mas há sempre o risco de a situação sair de controle. E  não deixa de ser uma violência contra o cidadão. 

Além, é claro, dos prejuízos:  segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), estima-se que somente neste ano eles já chegaram a R$ 4,6 milhões.  Uma cifra que em algum momento atinge o bolso do usuário.

As autoridades de segurança pública precisam estar atentas a esses números e agir com estratégia. O uso de inteligência é essencial para se antecipar e atuar preventivamente.

De qualquer forma, a história recente da segurança pública no Espírito Santo mostra que esse é um rastilho que, quando se acende, pode provocar muita inquietação social. Não pode, de forma alguma, cristalizar-se como rotina.

Os números de 2020 a 2022 apontam que 24 ônibus foram incendiados no Estado no período. É um fenômeno que tem altos e baixos, foram seis casos somente  durante os dias da crise de segurança pública de 2017. Mais de dez anos antes, em novembro  de 2004, a destruição de dez ônibus provocou tamanho caos que a vinda da Força Nacional de Segurança ao Estado foi necessária. Tempos de descontrole que foram superados, mas precisam estar sempre na memória.

Há, como se constata, um longo histórico dessa piromania criminosa no Espírito Santo. Não muito diferente do Brasil: de acordo com dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), entre 1987 e 2018 foram queimados cerca de 4.330 ônibus urbanos no país. Com investigação e punição, é possível debelar esse fogo.

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