Nova Gazeta: Não chegamos até aqui por acaso

Este jornal jamais se recusou a acompanhar o espírito de seu tempo, não seria diferente agora. Há mais de 40 anos, já dizíamos: "Não podemos ficar estáticos diante do tempo"

Publicado em 05/10/2019 às 05h00
Atualizado em 05/10/2019 às 05h02
Redação Multimídia da Rede Gazeta. Crédito: Ricardo Medeiros
Redação Multimídia da Rede Gazeta. Crédito: Ricardo Medeiros

Cariê Lindenberg*

A transformação digital de A Gazeta é uma decisão arrojada, inspirada pela determinação dos grandes desbravadores, mas totalmente conectada com as demandas deste século de desenvolvimento tecnológico e mudanças de comportamento de consumo. O jornalismo insere-se naturalmente nessa paisagem, essencial como sempre se apresentou para a democracia, mas na companhia das instigações dos novos tempos, com sua capacidade de adaptação e inovação testada com a velocidade de um clique.

A imprensa, que desde a sua origem testemunhou revoluções, também foi profícua em protagonizá-las. O jornalismo nunca foi imutável: nasceu no papel, ganhou asas pelas ondas eletromagnéticas do rádio e da TV, digitalizou-se. No conteúdo, adotou métodos de apuração, priorizou a independência e se profissionalizou. Consolidou sua credibilidade e se fortaleceu. E seus detratores, mesmo que cada vez mais vorazes, continuam fracassando nas estratégias de desmoralização. O jornalismo independente não alimenta os apetites autoritários. É a trincheira contra desmandos, o bastião dos interesses coletivos, da moralidade na administração pública.

A Gazeta jamais se recusou a acompanhar o espírito de seu tempo, não seria diferente agora. Vejo com orgulho imodesto a atualidade do meu discurso por ocasião do lançamento da pedra fundamental da atual sede da Rede Gazeta, em 1978, no qual ressaltava aquela solenidade como um traço de união entre o nosso passado e o nosso futuro. “Tanto quanto os valores morais e éticos que dão coerência à vida de A Gazeta e justificam mesmo sua estabilidade e prosperidade, esta nova sede interpreta a nossa fé permanente neste Estado e a nossa compreensão de que não podemos ficar estáticos diante do tempo. Devemos ser dinâmicos, ativos, empreendedores, modernizadores. Só assim poderemos estar à altura dos novos tempos — esses novos tempos tão cheios de exigências materiais e morais, tempos de prosperidade e perplexidade, tempos em que o homem cresce, mas talvez não se encontre, antes talvez se desencontre de maneira definitiva, se não houver entre nós alguns instrumentos de luz e coesão, como a imprensa”.

Nesta mesma Gazeta, que aos 91 anos chega repaginada na edição impressa de fim de semana, pude me apaixonar pelo fazer jornalístico e contribuir para a consolidação profissional que acompanhou as transformações do Espírito Santo nos últimos 50 anos. Capítulos de dor e glória de nossa história nunca se descolaram dessas páginas. E este novo jornal manterá o compromisso.

Nosso legado em quase um século de jornalismo destemido nos avaliza para o futuro, porque seguiremos incansáveis na tarefa de desvendar o presente, diariamente na internet e semanalmente no impresso, inaugurado neste sábado (05), sem nos esquecer de nosso próprio passado. Afinal, não chegamos até aqui por acaso. 

*O autor é presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta

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