Duplicação da BR 262 finalmente vem aí?

Caso as obras, com recursos da União, saiam do papel com o governo Lula, certamente não será como um conto de fadas. Mas qualquer passo à frente já vai fazer uma grande diferença

Publicado em 14/02/2023 às 00h45
Rodovia
BR 262. Crédito: Divulgação/ Defesa Civil

Para a pergunta de um milhão de dólares do título, infelizmente, ainda não há respostas. Já foram tantas idas e vindas, com curvas tão acentuadas como as da própria BR 262, que o anúncio da inclusão da  ampliação da rodovia entre as obras prioritárias  dos cem primeiros dias da administração de Luiz Inácio Lula da Silva não consegue empolgar. Sobretudo porque, desses cem dias, 45 já se passaram.

A informação foi passada pelo diretor-presidente do Departamento de Edificações e de Rodovias do Estado do Espírito Santo (DER-ES), Luiz Cesar Maretto, que a recebeu do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em reunião em Brasília. Nos primeiros cem dias, o que está sendo destacado como prioridade pelo governo federal é a publicação do edital para a contratação do projeto de duplicação. O que, sem querer jogar água fria, é uma etapa do processo que chega a ser recebida pelos capixabas como um déjà vu. Já estivemos lá antes.

Na reportagem publicada nesta segunda-feira (13), a própria fala de Maretto  provoca um certo desânimo:  "É uma obra cara, e se conseguirmos fazer pontos com terceira faixa, ampliação da ponte na chegada do Jucu, aliado à nova rodovia que vamos fazer, já dá um alento para o tráfego na região". A sensação é de que não vamos sair muito do lugar, com os "puxadinhos" que passam longe da modernização da via. 

É melhor do que nada? Claro. Mas passa longe do que se espera de uma rodovia que, mais que um eixo turístico, é uma importante via de escoamento de produtos hortifrutigranjeiros da região e tem um grande potencial competitivo, caso se torne mais segura. É triste a constatação de que os desafios de engenharia afugentem os investidores, sendo que existem tantas vias modernas, até mesmo no país, construídas em regiões também geograficamente desfavoráveis. O Espírito Santo desperdiça uma posição estratégica no mapa do Brasil.

Foi em julho do ano passado que o governo Bolsonaro excluiu a BR 262 do edital para a concessão da BR 381, em Minas Gerais. Isso após três adiamentos e a suspensão de um leilão, em fevereiro do mesmo ano, para a remodelação das regras na tentativa de atrair interessados. Foi uma repetição menos vexatória do que ocorreu em 2013, quando houve um certame e simplesmente não houve propostas.

Em sua coluna, Leonel Ximenes mostrou que estão sendo debatidas medidas emergenciais para reduzir os engarrafamentos, como a proibição de caminhões nos finais de semana e a instalação de faixa reversível. Diante da demora, vale pensar no que é urgente. Mas a sociedade capixaba não pode desistir da duplicação efetiva, a BR 262 pode ir mais longe do que o atual horizonte permite. Para tanto, é importante a mobilização dos parlamentares, tanto no nível federal quanto estadual, com a liderança do Palácio Anchieta.

Mesmo com todos os percalços, ainda dá para ser otimista quanto ao futuro da BR 262? Realista, principalmente. Caso as obras, com recursos da União, saiam do papel com o governo Lula, certamente elas não vão se desenrolar como um conto de fadas. Mas qualquer passo à frente já vai fazer uma grande diferença.

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