Avanços na educação apontados pelo o Ideb devem ser comemorados

O Espírito Santo merece os louros por ter, ao lado de Goiás, conquistado a maior nota do ensino médio, considerando escolas públicas e particulares, com média de 4,8

Publicado em 15/09/2020 às 20h41
O Censo Escolar é o principal instrumento de coleta de informações da educação básica e o mais importante levantamento estatístico educacional brasileiro
Ideb é o termômetro da educação básica no país. Crédito: Marcello Casal Jr/Agencia Brasil

No Brasil das notícias tão pesadas de 2020, os avanços pontuais têm uma obrigação cívica de serem celebrados, como uma injeção de ânimo de que é possível melhorar o país com a persistência de políticas públicas bem elaboradas e objetivas. Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apontam algumas vitórias bastante consideráveis, resultados de um compromisso social firmado em prol do desenvolvimento do setor, que deve ser continuamente o protagonista da agenda de um país que busca mais riqueza e justiça social.

Espírito Santo merece os louros por ter, ao lado de Goiás, conquistado a maior nota do ensino médio, considerando escolas públicas e particulares, com média de 4,8. Um avanço em relação à última avaliação, em 2017, na qual o Estado esteve sozinho na ponta, mas com uma pontuação de 4,4. Lembrando que esse importante termômetro da educação básica brasileira é realizado de dois em dois anos, com os números atuais fazendo referência a 2019.

Para compor a média do Ideb, o MEC considera as notas dos estudantes na prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que avalia português e matemática e foi aplicada nos meses de outubro e novembro do ano passado, e os índices de aprovação do Censo Escolar. 

Como em 2017, o Espírito Santo não conseguiu atingir a meta, que em 2019 é  5 para o ensino médio. Sem parecer dourar a pílula, vale reforçar que não desmerece a evolução constatada no período, indicando que se está no caminho certo, a despeito dos reveses educacionais provocados pela pandemia e pela interrupção das aulas em 2020 que podem suspender esse ciclo.

Não será fácil recuperar o tempo perdido, e é bem possível que a situação provocada pela crise sanitária deixe cicatrizes no processo de melhoria da educação registrado nos últimos anos. É o momento de se agarrar a esses bons resultados e estabelecer metas de gestão que desfaçam os prejuízos educacionais em tempo hábil, sem prejudicar os limites de apreensão de conhecimento dos alunos.

Como dito antes, não será tarefa simples, mas é incontestavelmente o maior desafio desta geração reduzir os danos causados pela Covid-19. Positivamente, o Espírito Santo possui repertório para isso, com o sua trajetória recente de manutenção de importantes políticas de Estado para a Educação.

Ainda na avaliação pré-pandemia, é relevante demais que todos os Estados tenham avançado no Ideb do ensino médio público, historicamente o mais problemático pelos obstáculos para atrair e manter o jovem na escola na fase em que as necessidades e seduções passam a disputar as atenções.

Tudo leva a crer que os investimentos das secretarias estaduais de educação no ensino integral estejam no cerne desse progresso, o que exige ainda mais que o governo federal, por meio do MEC, coloque enfim em prática as medidas aprovadas na reforma do ensino médio, em 2017.

Sabe-se que a educação básica é atribuição de Estados e municípios, mas não dá para abrir mão da coordenação nacional, com diretrizes bem claras para o setor no país. O MEC, no governo Bolsonaro, ainda não disse a que veio, mas está capitalizando politicamente os bons resultados. Faz parte do jogo. Mas é bom lembrar que, caso não saia da inércia, os possíveis prejuízos registrados no futuro também recairão sobre a gestão atual.

Nesta edição do Ideb, o Brasil conseguiu bater a meta para os primeiros anos de aprendizagem pela sétima vez seguida. É algo muito importante, uma evolução contínua. E, nesse caso, vale o exemplo vitorioso do Ceará, que registrou, em 2019, a maior evolução histórica nacional dos anos iniciais do ensino fundamental, indo de 2,8 em 2005 para 6,3 no ano passado. Por lá,  98% dos municípios atingiram a meta.

Com vontade política, que perpasse governos e ideologias com seus objetivos inalterados, é perfeitamente possível consolidar um ensino, público e privado, de qualidade. E com força para superar os percalços.

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