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Temer anuncia meta para reduzir dependência externa de combustíveis

Temer anuncia meta para reduzir dependência externa de combustíveis

Presidente disse que, com medida, pode evitar crise como a greve de caminhoneiros

Publicado em 5 de junho de 2018 às 20:14

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Brasília - O presidente Michel Temer. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Em cerimônia no Dia Internacional do Meio Ambiente, nesta terça-feira (5), o presidente Michel Temer comemorou a assinatura de metas para a regulação da Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio), que entre outras coisas pretende reduzir a dependência externa de combustíveis do Brasil de 11,5% para 7% até 2028.

Segundo Temer, essa diminuição da dependência do mercado internacional, o que também preserva o país de flutuações cambiais poderá, "num futuro muito próximo", evitar crises como a causada pela greve dos caminhoneiros, que paralisou a distribuição de produtos e combustíveis por duas semanas por conta da insatisfação da categoria com os reajustes constantes no preço do diesel.

O presidente anunciou ainda que o plano do governo é reduzir em 10%, até 2028, a emissão de gases do efeito estufa.

 

"Vamos reduzir de 11,5% para 7% a nossa dependência externa de combustíveis. Com isso, o Brasil estará menos exposto à avaliação internacional do preço do petróleo e às flutuações cambiais, e quem sabe num futuro muito próximo consigamos evitar acontecimentos como esse da semana passada — disse Temer, em cerimônia no Palácio do Planalto.

Em junho do ano passado, a Petrobras mudou sua política de preços para os combustíveis e passou a fazer ajustes quase diários nos valores cobrados nas refinarias pelo diesel e a gasolina. Durante muitos anos, esses preços foram represados para evitar uma alta da inflação, causando prejuízo à estatal.

A mudança na política de preços coincidiu com uma forte alta do dólar e do petróleo no mercado internacional. Além disso, em julho do ano passado, o governo aumentou a alíquota do PIS/Confins sobre os combustíveis, para elevar sua arrecadação. A alíquota subiu para R$ 0,21 por litro do diesel. Com isso, nos últimos 12 meses, o litro do diesel ficou 12,5% mais caro nas bombas.

 

O aumento do preço do diesel foi o estopim para a insatisfação dos caminhoneiros, que vinham sofrendo também com uma frustração do crescimento econômico. O setor de transporte tinha sido beneficiado com juros subsidiados do BNDES. Transportadores autônomos e empresas conseguiram renovar e aumentar a frota. Mas o crescimento esperado não veio.

Ao contrário, o Brasil viveu a mais longa recessão de sua história e uma das mais intensas. Com muita oferta de transporte de carga e economia andando para trás, não havia espaço para aumentar os fretes e repassar o custo do diesel, com o agravante de haver trabalhadores endividados devido à renovação da frota.

Durante a cerimônia, o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, admitiu que a oscilação no preço da gasolina pressionou o governo e defendeu uma redução no preço, como já vinha fazendo. As declarações foram dada enquanto ele discursava sobre o dia internacional do meio mundial do meio ambiente e comemorava a assinatura de metas para a regulação da Renovabio.

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"E é exatamente para dar a manifestação, o testemunho do compromisso do governo brasileiro com a qualidade de vida no mundo, com a melhoria das nossas condições de vida, com a possibilidade de baixar o preço do combustível, que fica nos pressionando e às vezes até nos captura como recentemente fomos capturados por um problema dessa natureza. São medidas que não terão efeito amanhã, mas que nos próximos 10 anos", afirmou Moreira.

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