Publicado em 29 de julho de 2023 às 17:03
SÃO PAULO (SP) - A mineradora Samarco, associação entre as duas maiores mineradoras do mundo – Vale e BHP Billiton – apresentou neste sábado (29) um plano de recuperação judicial à 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.>
A empresa foi responsável pelo desastre ambiental de Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015, quando uma barragem se rompeu e 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minérios de ferro se espalharam por Minas Gerais e pelo Espírito Santo. Foi o maior desastre ambiental da história do país e matou 19 pessoas.>
O plano de recuperação judicial contempla o Contrato de Suporte à Reestruturação, celebrado em 31 de maio entre a empresa, seus acionistas e alguns membros de um grupo de credores financeiros, sendo resultado de um consenso entre as partes. Com o acordo, a Samarco obteve a redução da sua dívida de R$ 50,5 bilhões para aproximadamente R$ 19 bilhões.>
O plano será apreciado pelo Tribunal de Recuperação Judicial, sem a necessidade de uma assembleia geral de credores. Se confirmado, precisará ser reconhecido pelo Tribunal de Falências dos Estados Unidos do Distrito Sul de Nova York.>
>
Os credores financeiros aceitaram um desconto de 25% em seus créditos, enquanto os acionistas transformaram a sua dívida em subordinada, sem vencimento e sem juros.>
De acordo com o documento, a Samarco irá emitir até US$ 3,5 bilhões (R$ 16,5 bilhões) de novas notas com vencimento em junho de 2031 para alguns de seus credores financeiros que optarem por recebê-las em troca do cancelamento dos seus créditos. Sobre as novas notas, vão incidir juros que variam de 9% a 9,5%, sem garantias.>
A Samarco pode capitalizar os juros ao valor do principal integralmente até 2025, e parcialmente em 2026 e 2027. Após este prazo, todos os juros serão pagos em dinheiro.>
Já os credores financeiros podem optar por um tratamento alternativo, trocando sua dívida existente por um novo instrumento de dívida com vencimento em 2035.>
Os funcionários (credores Classe 1) com crédito até R$ 1,5 milhão, as micro e pequenas empresas (credores Classe 4) e fornecedores estratégicos que pertencem à Classe 3 (quirografários, sem garantia) serão pagos integralmente.>
O plano consensual prevê ainda que quaisquer acordos com autoridades públicas brasileiras em função de reparação pelo desastre ambiental sejam preservados.>
Entre 2024 e o pagamento integral das novas notas, os acionistas financiarão a Samarco em relação às obrigações de reparação, o que inclui pagamentos à Fundação Renova -responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana- superiores a US$ 1 bilhão (R$ 4,7 bilhões).>
Segundo a Samarco, o plano permite que a empresa continue investindo para ampliar suas operações com segurança.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta