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Políticos e empresários culpam subsídios e governos por saída da Ford

Políticos e empresários culpam subsídios e governos por saída da Ford

A empresa anunciou que serão demitidos 5.000 trabalhadores no Brasil e na Argentina, sem dar detalhes

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 07:56- Atualizado Data inválida

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A Ford anunciou o fim da produção de veículos no Brasil, o fechamento de fábricas e a demissão de cerca de 5 mil funcionários no Brasil e na Argentina
A Ford anunciou o fim da produção de veículos no Brasil, o fechamento de fábricas e a demissão de cerca de 5 mil funcionários no Brasil e na Argentina. (Dirceu Portugal /Fotoarena/Folhapress)

O anúncio de que a Ford irá fechar todas as suas fábricas no Brasil levou a mais uma disputa por culpados nas redes sociais. A empresa anunciou que serão demitidos 5.000 trabalhadores no Brasil e na Argentina, sem dar detalhes.

Empresários e políticos citaram o excesso de subsídios e a disputa entre esferas de governo como razões para a saída da empresa.

"Isso é resultado do péssimo ambiente de negócios no Brasil", disse o empresário Salim Mattar, que foi secretário de Desestatização do governo até agosto do ano passado. Ele ainda criticou as disputas entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Com a saída de mais uma montadora, nosso país segue afundando no processo de desindustrialização. Bolsonaro vai liquidar nossa Nação!", escreveu Ciro Gomes (PDT).

Outro adversário do presidente nas eleições de 2018, João Amoêdo (Novo) criticou os subsídios dados a montadoras.

"Apesar desta 'ajuda', as montadoras não são competitivas. Subsídios não funcionam. Precisamos de reformas estruturais para reduzir o 'custo Brasil'".

Já bolsonaristas saíram em defesa do governo. O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub usou uma reportagem de 2018 para afirmar que a Ford decidiu parar de produzir carros de passageiro em todo o mundo. "Não é no Brasil!", escreveu. O texto, publicado pelo veículo norte-americano NBC, fala sobre planos da empresa de focar na produção de veículos utilitários nos Estados Unidos.

A Ford disse que irá manter algumas operações locais. A sede da montadora na América do Sul continuará sendo no Brasil, e o campo de provas de Tatuí, bem como o centro de desenvolvimento da Bahia, continuam operando.

"Lamento decisão da Ford de encerrar sua produção de automóveis no Brasil. A medida afeta o fechamento de fábricas no Ceará, Bahia e SP. Foi decisão global da Ford Motors. No Estado de SP, serão mantidos 700 trabalhadores em atividades no município de Tatuí e na Capital", disse João Doria, governador de São Paulo.

"Enquanto o presidente da Câmara @RodrigoMaia fica brigando com o Presidente @jairbolsonaro e não pautando as reformas vemos o anúncio de fechamento das fábricas da Ford no Brasil. Isso é resultado do péssimo ambiente de negócios no país", disse Salim Mattar, empresário e ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro.

"NÃO É NO BRASIL! A decisão da Ford, tomada há dois anos, foi parar de produzir carros de passageiros no MUNDO!!!! Eles NÃO ganham dinheiro com Ka, Fiesta, Focus, etc. Desistiram de competir com asiáticos e europeus. A Ford vai produzir apenas caminhonetes e o Mustang. NO MUNDO!!!", disse Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro.

"Lembram quando Bolsonaro disse que se a esquerda vencesse na Argentina nossos vizinhos fugiriam desesperados para cá? Pois a Ford vai fechar TODAS as fábricas no Brasil e manter a produção no Uruguai e Argentina. Bravata não gera emprego nem vai tirar o país do buraco", disse Marcelo Freixo (PSOL), deputado federal.

"Que desastre, meu Deus do céu! A Ford anunciou que vai fechar todas as suas fábricas no Brasil. Com a saída de mais uma montadora, nosso país segue afundando no processo de desindustrialização. Bolsonaro vai liquidar nossa Nação! Congresso, cumpra seu dever: IMPEACHMENT JÁ!", disse Ciro Gomes (PDT), político.

"Ford vai fechar todas suas fábricas no Brasil. Vai manter produção na Argentina e Uruguai. Então um impeachment, um teto de gastos, uma reforma trabalhista e outra da previdência não são suficientes para manter a "confiança" dos empresários?", disse Guilherme Boulos (PSOL), político.

"O setor automotivo recebeu mais de R$60 bilhões em subsídios desde 2003. Apesar desta "ajuda", as montadoras não são competitivas. A Ford anunciou que não produzirá mais no Brasil. Subsídios não funcionam. Precisamos de reformas estruturais para reduzir o 'custo Brasil'", disse João Amôedo (Novo), político.

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