Publicado em 13 de março de 2023 às 21:02
SÃO PAULO - Nos Estados Unidos e no mundo, esta semana começou sob os impactos do colapso do SVB (Silicon Valley Bank, ou Banco do Vale do Silício, em português). Na última sexta-feira (10), o 16º maior banco americano, com US$ 209 bilhões em ativos, foi à falência e passou para o controle de órgãos reguladores do país.>
A falência do SVB é a maior do setor bancário americano desde a crise financeira de 2008.>
O fim de semana foi marcado pelo anúncio de um pacote de socorro pelas autoridades dos EUA, mas ainda há uma série de pendências, entre elas encontrar um comprador para a instituição financeira.>
Em meio a perdas bilionárias de bancos, o mercado reviu suas expectativas para a taxa de juros. Agentes passaram a apostar que o Fed (o banco central do país) fará uma pausa na sequência de aumentos devido ao estresse no sistema, o que também poderá impactar os juros no Brasil.>
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Entenda o que levou ao colapso do SVB e quais as principais consequências para a economia global até o momento.>
O Silicon Valley Bank foi fundado há 40 anos no Vale do Silício, polo tecnológico mundial localizado na Califórnia (EUA), e se tornou uma solução para startups. Essas empresas novatas precisam de dinheiro para crescer, mas têm dificuldade para obter crédito nas instituições financeiras maiores. O SVB abocanhou uma grande fatia desse mercado e se tornou o 16º maior banco dos EUA.
Os anos de 2020 e 2021, no auge da pandemia de Covid-19, foram marcados por juros praticamente zerados nos EUA, o que impulsiona investidores a buscarem ativos de risco. Isso elevou o investimento em startups e alavancou o crescimento do próprio SVB.
O SVB não é um banco de grande porte. Para efeitos de comparação, ele controlava US$ 209 bilhões em ativos, enquanto a maior empresa do setor, o JPMorgan Chase, controla mais de US$ 3 trilhões.
No domingo (12), os Estados Unidos anunciaram que todos os clientes do Silicon Valley Bank e do Signature poderão sacar seus depósitos integralmente — havia uma preocupação porque os recursos são cobertos pela seguradora federal até o valor de US$ 250 mil, ou seja, não havia garantia de que clientes que detivessem saldo acima desse valor seriam ressarcidos.
A falência do SVB levou gestores de fundos a aumentarem as apostas de que o Fed deixará as taxas de juros inalteradas (entre 4,5% e 4,75% ao ano) na próxima reunião de política monetária, marcada para este mês.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda (13) que o governo ainda avaliava se o BC terá que tomar alguma providência. Embora reconheça a gravidade da situação, Haddad diz que "aparentemente" o episódio não vai desencadear uma crise sistêmica.
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