Publicado em 6 de abril de 2020 às 21:09
O pacote de medidas lançado pelo governo em novembro para tentar estimular a geração de empregos deverá ser alterado na Câmara. A proposta cria o trabalho Verde e Amarelo, com redução de encargos para patrões que contratarem jovens no primeiro emprego e pessoas acima de 55 anos de idade que estavam fora do mercado formal.>
Por causa da crise econômica causada pelo novo coronavírus, o governo avalia defender que o corte de encargos seja estendido aos contratos de jovens (18 a 29 anos) que já tiveram a carteira assinada, e não apenas a aqueles que ainda vão ingressar no mercado de trabalho.>
No entanto, a medida de alívio tributário para as empresas deve valer para quem teve contrato formal de trabalho por pouco tempo. >
Esse período ainda está em estudo. Uma alternativa já debatida no Congresso previa a inclusão de jovens que tiveram uma experiência profissional de até seis meses.>
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A ideia é não prejudicar quem perdeu o emprego durante a pandemia e estimular a contratação dessa faixa etária que, mesmo antes da crise, tinha dificuldade em encontrar trabalho com carteira assinada.>
Já o relator da proposta, deputado Christino Áureo (PP-RJ), quer alterações nos benefícios para o funcionário.>
Áureo diz acreditar que, para reduzir as críticas ao projeto, será necessário prever que os recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no contrato Verde e Amarelo sejam equivalentes a um contrato padrão: 8% sobre o salário e multa de 40% em caso de demissão se justa causa.>
A alíquota mensal do FGTS prevista na versão original, enviada pelo governo, é de 2% sobre a remuneração e a multa, em acordo entre patrão e empregado, pode cair para 20% sobre o saldo da conta no fundo.>
Além disso, o deputado quer analisar com o governo uma forma de que esses funcionários tenham um desconto temporário na contribuição previdenciária, reduzindo o valor destinado ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Isso ainda será debatido com o governo.>
Por ser uma MP (medida provisória), o conjunto de ações para combater o desemprego e a informalidade precisa do aval das duas Casas até 20 de abril para não perder a validade.>
O pacote já foi aprovado por uma comissão mista, formada por deputados e senadores, e deve ser votada nesta semana pelo plenário da Câmara. Depois, segue para o Senado.>
As negociações, que se estendem desde novembro, não convenceram a oposição a apoiar a proposta. Por isso, novas concessões devem ser feitas para evitar que a MP seja derrubada.>
Chamado de trabalho Verde e Amarelo, o programa reduz obrigações patronais da folha de pagamento para contratação de jovens de 18 a 29 anos, que conseguem o primeiro emprego formal e com remuneração de até um salário mínimo e meio (R$ 1.567,50).>
Áureo ampliou o programa. Assim, a versão aprovada pela comissão permite que patrões também tenham redução de tributos ao contratarem pessoas acima de 55 anos de idade e que estejam fora do mercado de trabalho formal há mais de 12 meses.>
As empresas que optarem por esse tipo de contrato ficam temporariamente isentas da contribuição patronal para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), do salário-educação e de contribuições para o Sistema S, além de descontos sobre encargos do FGTS do trabalhador.>
O governo queria bancar o programa Verde e Amarelo com a taxação sobre o seguro desemprego, que poderia variar de 7,5% a 9%, dependendo do valor a ser recebido.>
A cobrança serviria como contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mantendo a contagem do tempo para aposentadoria.>
Mas, diante de críticas, o relator tornou a contribuição opcional e num valor fixo de 7,5%.>
A MP prevê ainda um dispositivo para autorizar o trabalho aos domingos e feriados, a liberação de microcrédito e cria um programa para trabalhadores que recebem aposentadoria por invalidez possam ser treinados a exercer uma nova função e, assim, retornar ao trabalho.>
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