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Fernández aumenta salários na Argentina

Fernández aumenta salários na Argentina

O presidente Alberto Fernández, que assumiu o cargo no dia 10 de dezembro, adotou um pacote de medidas econômicas e impositivas de emergência para tentar superar a pior crise econômica na Argentina em quase 20 anos

Publicado em 4 de janeiro de 2020 às 16:43

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O governo argentino anunciou nesta sexta-feira (3) um reajuste salarial de 4.000 pesos (o equivalente a cerca de R$ 270) para os trabalhadores do setor privado, diante da perda do poder aquisitivo provocada pela inflação, que se segue a uma profunda crise econômica que atinge o país.

"Os 4.000 [pesos] são um reajuste salarial, não um bônus, nem um pagamento extraordinário", disse em entrevista à imprensa o ministro do Trabalho, Claudio Moroni.

Para os trabalhadores do setor público se aplicará um esquema similar, que será anunciado na próxima semana, acrescentou Moroni.

Sobre o reajuste para o setor privado, o ministro destacou que o "aumento será igual e uniforme para todas as escalas".

Primeiro será dado um reajuste de 3.000 pesos, em vigor a partir de janeiro. Os outros mil pesos restantes entrarão em vigor nos salários referentes a fevereiro, totalizando os 4.000 pesos de aumento, detalhou o ministro.

Com um salário mínimo de 16.875 pesos mensais (pouco mais de R$ 1.140), os sindicatos esperavam um reajuste mais significativo após um ano de inflação galopante.

Estima-se que a inflação tenha fechado 2019 a 55%. Para efeitos de comparação, o IPCA, a inflação oficial brasileira, deve fechar 2019 em torno de 4%, segundo as últimas projeções do mercado.

O governo argentino espera que o reajuste salarial tenha "um efeito dinamizador na demanda", e isentou as pequenas e médias empresas do pagamento das contribuições relacionadas ao reajuste pelo prazo de três meses.

O presidente Alberto Fernández, que assumiu o cargo no dia 10 de dezembro, adotou um pacote de medidas econômicas e impositivas de emergência para tentar superar a pior crise econômica na Argentina em quase 20 anos.

Fernández também enfrenta o desafio de equilibrar as exigências sindicais às necessidades de um setor produtivo golpeado por uma recessão que já dura mais de um ano.

A equipe econômica do governo negocia com FMI (Fundo Monetário Internacional) e detentores de títulos privados em busca de um acordo para redução da dívida antes dos vencimentos relativamente grandes previstos para o segundo trimestre deste ano.

Na quinta-feira (2), Fernández afirmou que um pacto social firmado pelo governo com empresários e sindicalistas envia uma "mensagem contundente" aos credores de que a economia do país deve ser reativada para que o país possa pagar sua dívida.

"A Argentina deve crescer primeiro e depois cumprir suas obrigações", afirmou Fernández em entrevista à Rádio 10. "Essa foi uma mensagem muito contundente para o Fundo e para os credores."

Há duas semanas, o governo garantiu o apoio de empresários e sindicatos ao "Compromisso Argentino pelo Desenvolvimento e à Solidariedade", uma declaração de intenção de remover a Argentina da recessão e da alta inflação.

O documento diz que a vontade de pagar requer condições compatíveis com a atenção da dívida social e o crescimento da economia. "Sem isso, seria impossível cumprir as obrigações assumidas pelo país".

O FMI tem dito que compartilha os objetivos de Fernández, mas precisa conhecer seus planos econômicos antes de discutir uma reestruturação da dívida.

Na entrevista à Rádio 10, o presidente disse esperar a chegada de uma missão do FMI à Argentina, embora não tenha indicado uma data precisa.

Enquanto negocia com os credores, o ministro da Economia, Martín Guzmán, honrou os pagamentos de títulos internacionais que expiraram no final de dezembro.

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No entanto, também adiou vencimentos locais que já haviam sido adiados pelo governo do ex-presidente Mauricio Macri.

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