Publicado em 15 de julho de 2019 às 19:34
- Atualizado há 6 anos
Dois meses depois de a Justiça do Trabalho exigir que a Caixa Econômica Federal cumprisse a Lei de Cotas e contratasse 2.500 pessoas com deficiência, o banco estatal realizou nesta segunda-feira (15) uma primeira etapa de contratação.>
Foram admitidos 174 pessoas com deficiência em cinco cidades -o que seria uma primeira fase de um processo para preencher até duas mil vagas nas principais cidades do país.>
Apesar de a Caixa divulgar o programa como uma iniciativa inédita, um mês antes do anúncio das contratações, o banco estatal havia recorrido da decisão judicial que a obrigava a cumprir a Lei de Cotas, segundo a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal).>
Como publicado pela Folha de S.Paulo em maio, a Justiça do Trabalho havia mandado a Caixa Econômica Federal cumprir a lei, caso contrário teria de pagar multa máxima de R$ 1 milhão por dia.>
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Segundo os desembargadores, o banco não estava respeitando a Lei de Cotas, criada em 1991. Empresas com mais de mil empregados devem ter 5% de pessoas com deficiência em seu quadro regular de funcionários.>
Dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) mostram que a Caixa tinha 78,5 mil funcionários em fevereiro de 2019, mais recente atualização disponível. Desses, 1.371 têm alguma deficiência -equivalente a 1,75% do total.>
No evento de contratação, realizado em Brasília, nesta segunda-feira, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, realizou a entrega de crachás aos funcionários portadores de deficiência que foram contratados pela Caixa.>
Os funcionários contratados foram aprovados no concurso realizado em 2014, mas até o momento não tinham sido chamados.>
Em seu pronunciamento, a primeira-dama disse que, apesar de uma lei de 1991 determinar que as empresas com mais de cem funcionários tenham até 5% de seu quadro de pessoal preenchido com deficientes, ainda falta uma cultura de integração.>
"As empresas ainda precisam encará-los de uma forma natural. É preciso uma mudança na cultura [das empresas] para trazer naturalidade na convivência entre os trabalhadores", disse Michelle, que foi convidada pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, para participar do evento.>
"Espero que exista esse espírito aqui, que vocês da Caixa saibam olhar além da deficiência.">
Guimarães disse que pediu autorização do ministro da Economia, Paulo Guedes, para reforçar o quadro de funcionários da Caixa que teve 15 mil funcionários desligados, afetando a rede de agências.>
A ideia, segundo ele, é ter até 3.500 novos funcionários nos próximos anos. Guimarães disse que, quando assumiu o posto, a Caixa possuía somente 1,6% de portadores de deficiência em seus quadros.>
"Uma vergonha. Houve um concurso em 2014, veio 2015, 2016, 2017, 2018, e ninguém foi chamado.">
Segundo ele, haverá um esforço não só para se chegar ao 5% exigidos pela legislação.>
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