Publicado em 28 de março de 2022 às 20:01
- Atualizado há 4 anos
O governo federal confirmou, na noite desta segunda-feira (28), a demissão do general Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras. Em nota, o Ministério de Minas e Energia informou que o indicado para o cargo será o economista Adriano Pires, especialista na área de petróleo e fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).>
Para a presidência do Conselho de Administração da empresa, foi anunciado o nome de Rodolfo Landim, que também é presidente do Flamengo.>
A demissão do militar ocorre após uma série de desgastes com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão do mega-aumento dos preços nos combustíveis promovido pela empresa.>
Luna vinha sofrendo pressão para revisar a alta nos preços após variações na cotação do barril do petróleo. O general foi pressionado publicamente pelo próprio Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).>
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O militar, porém, dizia internamente que as variações eram conjunturais e não estruturais e que não havia chegado a hora de rever o mega-aumento promovido pela empresa.>
A demissão de Luna repete o desfecho que teve Roberto Castello Branco, indicado do ministro Paulo Guedes (Economia) para comandar a Petrobras e que foi demitido em fevereiro de 2021.>
A exoneração de Castello Branco ocorreu após a companhia anunciar o quarto aumento nos preços de diesel e gasolina naquele ano.>
QUEM É ADRIANO PIRES>
O economista Adriano Pires já era um fiel conselheiro do governo e, recentemente, ao dizer "as coisas certas" na hora certa, tornou-se candidato a substituir o general Silva e Luna no comando da Petrobras. >
Assessores do Planalto afirmam que, há alguns meses, Pires defendeu publicamente a necessidade de não repassar a volatilidade do petróleo - insumo básico para a gasolina e o diesel - para o consumidor.>
Pires também propôs ao governo uma reforma da tributação de combustíveis começando pelo ICMS. Ele defendeu uma única alíquota, cobrada em reais por litro. Esta foi a base do projeto de lei que o governo conseguiu aprovar no Congresso, mas que ainda enfrenta resistência dos estados.>
Para o economista, essa alíquota deveria ser calculada com prazos mais longos do que os atuais 15 dias, como forma de amortizar os repasses de custos do petróleo das refinarias para as distribuidoras.>
Para incentivar a estabilização dos preços no mercado interno, Pires avaliava a criação de um novo imposto - algo criticado pela equipe econômica -, ou um fundo específico, que foi usado em outros países e resultou em fracasso.>
Doutor em Economia Industrial pela Universidade Paris XIII, Adriano Pires atua no mercado há mais de três décadas.>
Atualmente, dirige o CBIE, entidade que ajudou a criar. Também integra o time de analistas do Instituto Millenium, formado por especialistas alinhados com o ideário liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes.>
No governo, Adriano Pires foi assessor do diretor-geral da agência Nacional de Petróleo (ANP) em 2001, superintendente de Importação e Exportação de Petróleo e, posteriormente, superintendente de Abastecimento.>
Para a iniciativa privada, trabalhou como consultor para diversos projetos e entidades internacionais. Como especialista, colaborou com o governo de transição, em 2018, e, à época, seu nome foi cotado para assumir tanto o Ministério de Minas e Energia quanto a presidência da Petrobras.>
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