Árbitro capixaba com maior número de atuações nacionais e internacionais, especializado em gestão esportiva,e que atuou em dez finais do Campeonato Capixaba, além de partidas das séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro.

Pelo ponto de vista disciplinar, Daniel Alves vale o investimento?

Após deixar o São Paulo, veterano está na mira de vários clubes brasileiros. No Tricolor, lateral recebeu muitos cartões amarelos e desfalcou sua equipe em jogos importantes

Publicado em 23/09/2021 às 02h00
Daniel Alves teve o veículo roubado em um estacionamento em São Paulo
Daniel Alves virou objeto de desejo de vários clubes brasileiros. Crédito: Nayra Halm /Fotoarena/Folhapress

Observando a volta do craque Daniel Alves ao futebol brasileiro pelo olhar de analista de arbitragem e comportamento dos jogadores em campo, notei que esse retorno se mostrou conturbado sob esse aspecto. Dizem que quando o jogador de futebol vai ficando velho, ele fica ranzinza e passa a reclamar demais com a arbitragem, cometendo mais faltas e, em consequência disso, recebe mais cartões amarelos e vermelhos.

Dentro de campo eu confesso que pude confirmar isso acompanhando de perto muitos jogadores que sofreram deste mal. Daniel Alves, 38 anos, que retornou recentemente do futebol europeu, onde jogou 729 partidas e foi expulso 11 vezes, está junto com Felipe Melo na lista dos 50 jogadores mais expulsos na Europa no século 21.

Apesar da média ser muito baixa, devemos considerar que hoje a realidade dele é outra. Na temporada de 2020, o meia liderou de forma disparada o número de amarelos do elenco do São Paulo no Brasileirão. Daniel Alves recebeu 15 cartões amarelos na temporada e desfalcou o time cinco vezes - e isso é muita coisa sendo ele o principal jogador da equipe.

Ele não joga mais no futebol europeu e, após sair do São Paulo em litígio sobre o não recebimento de seus pagamentos, está sendo disputado por vários times brasileiros, entre eles Flamengo, Atlético-MG e Fluminense. Mas até que ponto Daniel Alves pode ter motivação e disposição para encarar o futebol brasileiro?

Apesar dos 38 anos, ele está muito bem na parte física e acabou de ser medalhista de ouro com a Seleção nas Olimpíadas de Tóquio. Um craque que ostenta a marca do jogador com maior número de títulos no futebol mundial, à frente de Pelé e Messi. Futebol ele tem de sobra, mas o que resta saber é se ele terá paciência com o baixo nível técnico das equipes e das arbitragens atualmente no futebol brasileiro sem se tornar ranzinza e acabar colecionando cartões amarelos e vermelhos na carreira.

Cabe a análise do comportamento disciplinar dos jogadores mais veteranos. Experiência, condição física e equilíbrio mental devem andar juntos para que os veteranos estendam suas carreiras e sejam mais úteis do que um problema dentro de campo.

ARBITRAGEM: BRASILEIRÃO X LIBERTADORES

Hulk e Felipe Melo em disputa de bola
Hulk e Felipe Melo em disputa de bola. Crédito: Pedro Souza/Atletico

É clara a diferença de estilo das arbitragens que os jogadores encontram no Campeonato Brasileiro e na Libertadores. No jogo entre Palmeiras e Atlético-MG, válido pela partida de ida semifinais da competição continental, os jogadores brasileiros demoraram a perceber que o árbitro não marcaria faltas com a mesma frequência dos árbitros brasileiros.

Os juízes sul-americanos deixam o jogo correr muito mais e aplicam mais a lei da vantagem, o que dá outra dinâmica à partida e torna a disputa bem mais desgastante e acirrada. O Flamengo é o time que melhor se adapta e esse estilo de arbitragem, até pela forma intensa de jogar, mas mesmo assim o zagueiro Léo Pereira acabou entrando na catimba do adversário e foi corretamente expulso.

Acostumados aos árbitros brasileiros, que param muito o jogo e marcam faltas em qualquer contato, os jogadores têm a péssima mania de cair com qualquer contato e simular faltas a todo momento. Mania essa que muitas vezes dificulta a adaptação dos brasileiros quando vão jogar na Europa, por exemplo. O futebol atual praticado no mundo todo é rápido e intenso, sem espaço para essa "malandragem" que já não ajuda em nada há muito tempo, aliás, só atrapalha.

CARTÃO AMARELO

Para a liberação do público de 35 mil torcedores pela Prefeitura do Rio de Janeiro para o jogo entre Flamengo e Barcelona-EQU, no Maracanã.

CARTÃO VERMELHO

Para os torcedores aglomerados e sem máscaras que foram assistir ao jogo no Maracanã.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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