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MPES prepara denúncia contra investigados em operação que atingiu juízes

A lista com os denunciados deve ser entregue à Justiça na próxima semana;  apuração é sobre suposto esquema criminoso para saque de heranças

Vitória
Publicado em 16/08/2024 às 03h30
justiça
Crédito: Sabrina Cardoso com microsoft designer

Está sendo aguardada para a próxima semana a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) contra os alvos da  Operação Follow the Money. Juízes, advogados, empresários, médico, entre outros profissionais já prestaram depoimento em inquérito judicial que investiga suposto esquema criminoso que envolveria ações judiciais simuladas e acordos fraudulentos que resultaram no saque irregular de heranças.

Os trabalhos estão sendo finalizados e na sequência vão ser entregues ao desembargador Sérgio Ricardo de Souza, que autorizou a operação realizada no dia 1º de agosto, por intermédio de duas decisões. Na ocasião o MPES informou sobre a possível participação de 34 pessoas em crimes variados, mas ainda não se sabe quantos vão ser denunciados.

Uma das decisões do desembargador envolve o agora ex-juiz Bruno Fritoli Almeida, que perdeu o cargo no último dia 8, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A segunda, o juiz Maurício Camatta Rangel. Não há informações, por enquanto, de que os dois teriam uma atuação conjunta.

O elo de comunicação entre os casos seria a atuação de um grupo de advogados, empresários e outros profissionais que também estão sendo investigados.

Foram presas de forma preventiva cinco pessoas, incluindo Bruno Fritoli Almeida. Dois advogados continuam foragidos. Nove receberam medidas cautelares diversas da prisão, com o uso de tornozeleira. Uma delas é o juiz Camatta Rangel.

Houve o cumprimento de 30 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de afastamento funcional de agentes públicos, 13 mandados de suspensão do exercício da atividade profissional, proibição de contato entre pessoas, proibição de acesso às dependências de órgãos públicos, além de monitoramento eletrônico, todos expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, atendendo a requerimentos do Ministério Público.

As ações da força-tarefa, que envolveram 9 membros do MPES e 97 policiais, foram realizadas por meio da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Central e Norte), com o apoio da Polícia Militar.

Os indícios são de possível prática de crimes como organização criminosa, lavagem de capitais, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude processual, falsificação de documento público e particular e falsidade ideológica

O que dizem as defesas

O advogado Ludgero Liberato, que faz a defesa do juiz Mauricio Camatta Rangel, informou que, em razão do segredo de justiça, irá se manifestar, “nos autos do processo, no momento oportuno, e que tudo será devidamente esclarecido”.

Douglas Luz, que faz a defesa de Luam Fernando Giuberti Marques, reitera a “total improcedência das acusações equivocadamente aventadas” em desfavor do seu cliente. “Seguimos acreditando que os fatos serão devidamente esclarecidos e que, acima de tudo, o investigado sequer será denunciado, principalmente diante dos últimos andamentos processuais que afastam de forma inequívoca qualquer ilação com relação ao nosso patrocinado sobre os fatos em apuração”.

Rafael Lima, que representa o magistrado Bruno Fritoli Almeida, informou na última semana que seu cliente esclareceu todos os pontos da acusação em depoimento à Justiça. “Ele relatou que não há motivos para a sua prisão, considerando que os dois depoimentos que justificaram a decisão (de prisão) foram de desafetos que já haviam feito denúncias à Corregedoria e que foram arquivados”. E ainda que está "confiante da índole de Bruno durante sua carreira no Judiciário"

Homero Mafra, que assumiu a defesa de Victor Hugo, informou que está analisando as informações do processo.

A defesa dos demais investigados não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.

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