Envelhecer é fo%@! Envelhecer e permanecer relevante é pior ainda. Nem todo mundo é Elza Soares, aberta para se reinventar cercada de gente nova e com novas ideias. No geral, envelhece-se mais como os Titãs ou o Paralamas do Sucesso - não é como se só fizessem porcarias, seus lançamentos apenas se tornaram irrelevantes até mesmo para os fãs, que preferem se ater ao que foi produzido pelas bandas no passado. Viraram nostalgia.
E nostalgia é uma mer@#, basta ver o resultado do último “Star Wars”. “A Ascensão Skywalker”, nono capítulo da saga iniciada lá em 1977, é puro saudosismo. Sabe por quê? Porque os fãs reclamaram do filme anterior, “Os Últimos Jedi”, por “mudar demais” a dinâmica e quebrar com alguns conceitos de conforto da franquia. O resultado, me dói falar, é medíocre - o filme se sustenta em repetições dos filmes anteriores e em personagens clássicos fazendo aparições especiais.
Uma boa saída para “Star Wars” pode ser as séries de TV, impulsionadas pelo Disney+. O serviço de streaming da Disney chega ao Brasil ainda este ano, mas sua principal série, “The Mandalorian”, já caiu no gosto do público brasileiro com a ajuda do Jack Sparrow. Além da história do caçador de recompensas, que ainda não decolou, mas ganhará outra temporada este ano, o serviço também contará com a última temporada da animação “Star Wars: The Clone Wars”, um dos produtos mais legais da franquia - a Disney, inclusive, deveria tentar desenvolvê-la com séries e deixar um pouco o cinema de lado.
Falo sobre essas possibilidades, na verdade, para elogiar o lançamento de uma série do concorrente: “Star Trek: Picard”.
Jean-Luc Picard
Personagem clássico da série “Star Trek: a Nova Geração” (disponível na Netflix), Jean-Luc Picard (Patrick Stewart) é o protagonista da série que chegou na última sexta ao Amazon Prime Video.
“Star Trek: Picard” é um grande acerto para a franquia. Enquanto “Star Trek: Discovery” (na Netflix) mantém a estrutura básica da série e até circula em torno de alguns personagens como Spock, “Picard” introduz uma nova dinâmica. A Amazon liberou os três primeiros episódios para a imprensa e olha... eles são muito legais.
A história obviamente gira em torno de Jean-Luc Picard, agora um aposentado capitão da Frota Estelar vivendo em uma bela e tranquila casa na França. Uma misteriosa jovem cruza seu caminho e Picard tem que sair de seu descanso para investigar a relação entre ela e os romulanos que a perseguem.
Sem entrar em spoilers, “Star Trek: Picard” funciona por ser um risco, por tentar fazer por “Star Trek” o que “Logan” (2017) fez pelos mutantes. É uma série diferente, que explora seu tempo e a narrativa seriada para desenvolver ainda mais seu já conhecido personagem e introduzir outros.
A série talvez seja o produto mais interessante de “Star Trek” desde o reboot de 2009, que tragicamente entrou na nostalgia com “Além da Escuridão” (2013), um filme bom, mas que se limita a homenagear o clássico “A Ira de Khan” (1982) - coincidentemente (ou não) dirigido pelo mesmo J. J. Abrams que transformou “Star Wars” em um poço de saudosismo.
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