Crítico de cinema e colunista de cultura de A Gazeta

Por que a Disney resolveu acabar com a Fox?

Um ano após adquirir os estúdios Fox, a Disney resolveu acabar com a lendária 20th Century Fox e sua subsidiária, a Fox Searchlight

Publicado em 17/01/2020 às 20h35
Atualizado em 17/01/2020 às 20h42
 Crédito: Disney/Divulgação
Crédito: Disney/Divulgação

A Disney confirmou na última sexta-feira (17) que os estúdios Fox, de sua propriedade desde março de 2019, não mais carregarão a marca. Assim, a 20th Century Fox, que lança os principais filmes do estúdio, e a Fox Searchlight, responsável pelos filmes “alternativos” e de maior prestígio artístico, passarão a ser conhecidas respectivamente como 20th Century Studios e Searchlight.

Esteticamente as marcas não devem ser tão alteradas, apenas com um ou outro acerto visual a substituição de palavras - a Disney entende que as marcas são consolidadas e, por isso, deve manter a identidade visual delas.

Especulava-se que a casa do Mickey poderia acabar de vez com as marcas Fox, lançar seus produtos por uma de suas subsidiárias como a Touchstone Pictures ou até mesmo fundar uma nova distribuidora para seus filmes, algo como uma Disney Films. O prestígio da Fox, porém, fez os executivos não seguirem esse plano.

A Fox, por sua marca principal, lançou franquias como “Alien”, “Duro de Matar”, “X-Men”, “Avatar”, “Esqueceram de Mim”; já pela Searchlight, levou aos cinemas filmes recentemente premiados como “A Forma da Água”, “Cisne Negro”, “Quem Quer Ser Um Milionário?”, “Três Anúncios para Um Crime”... A lista é enorme e tem até “Ford v. Ferrari”, um dos poucos sucessos do estúdio em 2019, e indicado ao Oscar de Melhor Filme.

Mas chegamos aqui e até agora a pergunta do título não foi respondida: por que, afinal, a Disney resolveu acabar com a marca Fox? A resposta é simples. É tudo política.

Quando o megaempresário Rupert Murdoch vendeu a Fox, ele manteve para si a Fox News. Segundo reportagem do “The New York Times”, a Disney quer o máximo de distância do canal, conhecido como porta-voz do governo Trump e sempre disposto a divulgar alguma teoria da conspiração.

Ainda, a Fox News está no centro das atenções com o lançamento do filme “O Escândalo”, que resgata um histórico de assédio e agressões sexuais do ex-chefão do canal, Roger Ailes. O filme concorre a três Oscar. O mesmo caso também é contado na série “The Loudest Voice”, do canal Showtime, ainda não lançada no Brasil, mas que rendeu um Globo de Ouro a Russel Crowe, que interpreta Ailes na trama.

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