O futuro da TV aberta é uma imensa janela de oportunidades. Essa é a visão do diretor de Tecnologia e Estratégia da TV Globo, Raymundo Barros. “Temos 130 milhões de pessoas conectadas ao ecossistema Globo todos os dias. A TV 3.0 vai nos permitir interagir com essas pessoas e criar novos modelos de negócio. Isso a internet sozinha não conseguirá fazer”, declarou.
Essa nova geração da TV aberta promete ser mais imersiva e personalizável, com o objetivo de levar uma experiência de cinema para os usuários dentro de casa. Terá uma melhor qualidade de som e imagem em 8K, que é 16 vezes melhor que a de hoje. Uma das principais mudanças, no entanto, é a possibilidade de gerar um conteúdo de acordo com o perfil do telespectador, segmentado geograficamente.
A versão mais recente de TV que a população acessa hoje é a 2.5. A TV 3.0 está prevista para chegar no Brasil em 2025, mas Globo não quer esperar até lá. Algumas facilidades como o QRCode, que permite o acesso a conteúdos em sites com o direcionamento da câmera do celular, já aparecem na telinha. E a programação também está sempre alinhada com o serviço de streaming da emissora, o Globoplay, que, muitas vezes, complementa o conteúdo exibido na TV aberta.
Agora começaram a ser realizados testes – por enquanto, somente em São Paulo – para entregar ainda mais benefícios com a tecnologia que temos hoje. “Os televisores conectados à antena, à internet e ao Globo ID terão o benefício de receber publicidade e conteúdo personalizados. Hoje, temos 60 milhões de TVs conectadas à antena e à internet e, destas, 36 milhões com Globo ID ativo”, explicou Raymundo.
Dados, dados e mais dados: o novo ativo de valor
Ter o Globo ID ativo significa ter os dados de cada usuário que estiver conectado em qualquer dispositivo ou aparelho das organizações Globo. “Com esses dados, será possível construir conteúdos específicos para cada usuário e publicidades mais certeiras. E isso é só o começo. Seremos a mais importante base de dados do consumidor brasileiro e queremos integrar esses dados com os de nossos parceiros, para que sejam usados em diversos modelos de negócio”.
Para Raymundo, chegou a hora de digitalizarmos os modelos de negócio de publicidade. “A tecnologia vai nos ajudar a trazer para a TV aberta os dados e as métricas do digital. Não teremos apenas os dados geográficos do telespectador, mas teremos em mãos informações sobre o comportamento, inclusive de consumo, desses milhões de telespectadores”.
A TV aberta será cada vez mais relevante
Apesar das transformações na indústria de mídia, Raymundo garante que a TV aberta nunca perdeu a relevância no Brasil, e hoje ganha cada vez mais relevância com a integração com a internet. “Nenhum outro país democrático, de economia aberta, tem o alcance que temos aqui”.
Nos EUA, por exemplo, a TV aberta “quase implodiu na década de 1980”, segundo o diretor da Globo. Na época, apenas 6% dos domicílios norte-americanos possuíam uma antena. “Hoje, esse número chegou a 26%. Os jovens nativos digitais estão descobrindo a TV aberta nos Estados Unidos. Lá, inclusive, assim como na Coreia e no Japão, já é possível operar com a TV 3.0. E no mercado norte-americano foi justamente isso que fez crescer de 6% para 26% o número de domicílios com TV aberta".
Em resumo: a nova tecnologia fará com que a TV aberta se transforme em um grande aplicativo que possibilitará uma única experiência de consumo, 100% integrada com a internet em uma única interface para o usuário. Que venha a TV 3.0!
Veja quem passou pelo evento "Evolução da TV Aberta - TV 3.0"
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