Ex-goleiro de futebol brasileiro que atuou nas décadas de 1970 e 1980. Nos anos 1990 foi para o futebol de areia. Hoje atua como comentarista esportivo para a TV Gazeta e colunista de A Gazeta.

Uma Seleção Brasileira que não nos representa

Na minha visão de futebol, enquanto não tivermos jogadores habilidosos e criativos no meio-campo dificilmente conquistaremos títulos importantes

Publicado em 13/07/2021 às 02h06
Seleção Brasileira não consegue surpreender os adversários
Seleção Brasileira não consegue surpreender os adversários. Crédito: Thiago Ribeiro/AGIF

A seleção argentina, com méritos, venceu o duelo com a seleção brasileira e levantou a taça da Copa América, em pleno Maracanã, com direito a um belo gol de Di Maria encobrindo o goleiro Ederson.

A falha do lateral esquerdo Renan Lodi, que não conseguiu interceptar o lançamento, permitiu o único gol da partida. A partir do gol, ainda no primeiro tempo, a seleção brasileira tentou reagir e sem muita produtividade e criatividade não conseguiu o êxito esperado pelos torcedores.

Tal fato me deixou uma preocupação mirando já o futuro na Copa do Mundo. Não pela derrota em si, pois perder para a Argentina nunca será o fim do mundo porque se trata do grande clássico sul americano, mas pela demonstração de dificuldade em reagir a um placar adverso.

Há um bom tempo a seleção brasileira é dependente das atuações de Neymar, e quando ele é bem marcado, como foi na partida, sinto a falta da entrada em cena dos outros jogadores. O técnico Tite tem na sua tática preferida a forte presença defensiva porém necessita urgentemente, para o bem da Seleção Brasileira, de um plano B, justamente para essas ocasiões de reação e mudança de rumo na partida. É algo que precisa ser pensado também pela sua comissão técnica.

Na minha visão de futebol, enquanto não tivermos jogadores habilidosos e criativos no meio-campo dificilmente conquistaremos títulos importantes. Aliás, fazendo uma análise dos convocados, não consigo ver jogadores que poderiam exercer esta função tão importante para qualquer time, para a camisa da seleção.

Ao sumirem os campinhos de pelada, onde com os pés descalços surgiam os gênios da bola, perdemos a nossa essência do improviso que encantou o mundo do futebol. Mas uma coisa tenho certeza: não será escalando quatro atacantes que teremos um time ofensivo. Pois, com a falta da criação no meio-campo, a bola com certeza não chegará disponível para esses jogadores de frente.

FALTA DE EMPATIA

O torcedor brasileiro já se acostumou a assistir os titulares da Seleção Brasileira atuando em seus times apenas pela TV, em vez de ter o prazer de vivenciar os estádios. Cada vez mais afastados dos que vestem a camisa do seu país, sem a menor chance de alcançar um autógrafo, só lhes resta dizer: essa Seleção Brasileira não nos representa. É a Seleção Brasileira mais europeia de todos os tempos.

E a diversidade que encantou o mundo vai perdendo seu fascínio, seu domínio, na medida em que após as partidas seus ídolos tomam o caminho de volta (qualquer que seja o resultado da partida) ocupando as poltronas do primeiro vôo disponível.

O FLAMENGO DE  RENATO GAÚCHO

Pelo que conheço do Renato, a primeira coisa que vai fazer assumindo o Flamengo será chamar o grupo de jogadores para uma longa conversa. A principal crítica ao demitido Rogério Ceni era principalmente a falta de diálogo, pois os principais jogadores queriam participar das decisões sobre as táticas utilizadas nos jogos. Fato muito comum nas principais equipes brasileiras desde que obedecendo logicamente a hierarquia.

Renato tem na sua forma de dirigir as equipes o fato de conversar muito com os atletas, procurando saber sempre a melhor forma deles se sentirem a vontade em campo. Fica a expectativa de a torcida ver seu time novamente brigando pelas primeiras posições nos campeonatos que disputa. Time tem para isso, basta o comandante colocar o grupo no rumo certo.

CAMPEONATO BRASILEIRO

Na Série A, o Palmeiras assumiu a liderança do campeonato mostrando sua força de candidato ao título, esperando e olhando para a chegada do restante da turma, Atlético-MG e Flamengo.

Na Série B, o Vasco da Gama com a sequência de bons resultados está chegando ao pelotão do G-4 estando a um ponto do CRB, 4º colocado. O Botafogo ainda precisa engrenar, mas dentro de campo não está funcionando.

Na série D, os representantes do Espírito Santo, Rio Branco e seu xará de Venda Nova do Imigrante, foram derrotados na rodada, levando gols nos últimos minutos e não estão conseguindo subir na tabela estando no momento longe de uma possível classificação para a próxima fase. Após seis rodadas, o Rio Branco-VN está na 5ª posição com 6 pontos ganhos, enquanto o Rio Branco AC está na 6ª posição com 4 pontos ganhos. Somente os quatro primeiros do grupo classificam-se.

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