Tem os que curtem e os que preferem aproveitar os dias de feriado para descansar, estudar, colocar a leitura em dia, se espiritualizar e, até mesmo, viajar para bem longe das marchinhas. Mas não dá pra negar que o carnaval é uma das festas mais animadas e representativas do mundo. Diferente de como acontecia antigamente, onde as pessoas se divertiam jogando umas nas outras água, farinha e ovo, hoje o que assistimos são grandes espetáculos de cor, brilho e muito luxo na avenida.
Exemplo a ser seguido
Uma notícia bacana é que para assistir aos desfiles das escolas de samba de São Paulo, pessoas com deficiência puderam contar com recursos de acessibilidade. Graças ao projeto Samba com as Mãos, o enredo das 14 escolas do Grupo Especial foram publicados com tradução em libras e legendas. Os desfiles contaram também a audiodescrição.
É muito bom ver que a cultura está ficando cada dia mais acessível e próxima de todos. Espero que a ideia se espalhe pelo Brasil e principalmente em Vitória, que já possui um carnaval belíssimo.
Sem limites para a fantasia
Como não falar dos blocos de rua cada vez mais organizados e que todos os anos dão a cara e a forma do carnaval? Com origem portuguesa, quem diria, o carnaval assumiu no Brasil toda a criatividade do nosso povo, manifestando-se de acordo com a diversidade cultural do nosso país.
Não muito distante de tudo isso estão as pessoas com deficiência que, por sinal, muitas adoram “pular” o carnaval. Então, não se espante caso você esbarre numa roda, numa bengala, ou confunda Libras com uma nova coreografia do momento. Carnaval é a festa do todo mundo junto!
Muito mais simples do que parece
Principalmente por serem bem mais organizados, alguns cuidados são importantes na hora de “botar o bloco na rua” já que a festa é democrática, livre e todo mundo – todo mundo mesmo – pode chegar.
Pessoas em cadeira de rodas ou com dificuldade de locomoção vão abandonar o bloco caso tenham que passar por buracos, pisos irregulares, subidas muito íngremes e descidas tipo tobogã. Socorro! Então, para manter a autonomia, segurança e animação constantes, definam trajetos sem muitos obstáculos e barreiras.
Sabemos que a felicidade nessa festa alucinante está acima dos níveis de cuidados, então, é bom lembrar que cadeirantes precisam de um espaço um pouquinho maior para fazer suas piruetas, logo, nada de ficar grudado na Mulher Maravilha de rodas ou no Homem de Ferro motorizado.
Nosso bloco na rua
Gostamos de colocar nossa própria conta em risco, isso significa que nem sempre ficamos somente nas beiradas da alegria. Gostamos mesmo é de ficar no meio da “muvuca”, e alguns surdos ou com deficiência auditiva até mesmo bem perto da caixa de som. É que eles se movimentam pela vibração.
Tenho um amigo cego que nem por reza fica quietinho em casa ou andando devagarzinho só balançando os dedinhos pra cima. Ele se joga na bagunça de verdade e nessas horas deixa o seu cão-guia descansando e lança mão da sua bengala. Ele diz que é mais fácil se locomover na multidão com segurança e além do mais, não expõe seu fiel escudeiro a volumes tão altos do Ala La ô ô ô ô... mas que calor ô ô ô ô
Ô abre alas
Ah! E não se esqueça. Bengalas, cadeiras de rodas, aparelhos auditivos, triciclos e coisas assim não são fantasias. É o que nos permite viver e também participar do carnaval como bons foliões. Procure olhar para o sorriso de quem brinca para descobrir que você está entre os seus, gente capaz como qualquer um de extravasar felicidade, de dividir alegria, de sonhar, enfim. Encare nossos apetrechos como se fossem alegorias de um desfile de escola de samba. A nós, cabe zelar para que estes cumpram sua função, mesmo no carnaval e, como nos desfiles, se encante com os destaques que estão em cima deles, ao lado ou com eles. Simples assim.
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Por fim, um último lembrete. Lança-perfume é proibido, mas nos dar “um cheiro” não. Ainda bem!
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