Domingo passado entrei em uma banca de jornal que tem muito significado para mim. Frequento esse local há mais ou menos 35 anos, no mínimo. Não sei exatamente, mas desde quando inaugurou sou cliente. E enquanto eu aguardava para pagar, presenciei uma linda e comovente cena que me causou grande emoção. Ali, naquele local simples e despretensioso pude ser a expectadora da grandiosa e, ao mesmo tempo, delicada arte da empatia. Não ouvi a história, mas percebi que o senhor que estava pagando pelo seu jornal era um cliente assíduo e falava para a dona do comércio que havia perdido alguém da sua família. Nesse momento percebi a dor e o sofrimento dele. A moça também percebeu e ficou nitidamente comovida. Ela, em um belo gesto de solidariedade, deu a ele um longo e sincero abraço, com tanta humanidade que emocionou a pequena fila que se formara no caixa.
O homem seguiu a vida, saiu andando e carregando com ele os jornais e as suas dores. Mas acredito que, com aquele abraço, ele se sentiu mais fortalecido e acolhido, pois ali, sem que ele esperasse, alguém demonstrou que se importava com ele, que ele não estava sozinho. Um abraço pode conter energias carregadas de intenções curativas, não tenho a menor dúvida sobre isso.
Escrevo para que não andemos desatentos, para que estejamos sempre alerta, prontos para doarmos a nossa mais pura intenção de força, coragem e carinho para quem cruzar o nosso caminho precisando de um abraço. É como disse o senhor Carl Jung: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.” Isso sim é o verdadeiro luxo.
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Até a próxima!
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