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Erick Musso, Felipe Rigoni e "a nova política"

Presidente da Assembleia Legislativa e deputado federal estavam juntos e passaram a lados opostos

Vitória
Publicado em 15/10/2022 às 02h10
Eleições 2022
O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, ao lado do deputado federal Felipe Rigoni. Crédito: Iara Diniz

O deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil) e o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), ensaiaram candidaturas ao governo do Espírito Santo. Por meses, foram pré-candidatos, até que, diante da pouca chance de vitória, decidiram tomar outros rumos.

Rigoni tentou a reeleição. Erick, o Senado. Para o último cargo, os dois formaram uma coligação, à qual somaram-se PSC e Patriota. Os parlamentares federal e estadual até apareceram lado a lado em uma coletiva de imprensa, com um backdrop (um painel) que registrava os nomes dos dois.

O republicano ficou em terceiro lugar na corrida, atrás de Magno Malta (PL), o vencedor, e Rose de Freitas (MDB).

O deputado, por sua vez, recebeu uma votação expressiva, foi a escolha de 63.362 eleitores, mas não se reelegeu devido ao desempenho da chapa do partido, aquém do necessário.

No primeiro turno, Erick e Rigoni não declaram apoio a candidatos ao governo ou à Presidência da República. O Republicanos estava com Jair Bolsonaro (PL) e o União lançou Soraya Thronicke.

Na segunda etapa do pleito, Rigoni foi para o palanque de Renato Casagrande (PSB), que tenta a reeleição como governador do Espírito Santo.

O deputado criticou o adversário do socialista, o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), e chegou a dizer que ele representa o risco da volta do domínio do crime organizado sobre as instituições no Espírito Santo.

Erick apoia Manato. Na terça-feira (11), o deputado recebeu o candidato do PL na Assembleia Legislativa. Manato pediu que o Orçamento de 2023 seja votado apenas após o segundo turno.

O presidente da Casa vai analisar o pedido, mas já sinalizou que acha "prudente aguardar" para votar a o projeto.

O texto foi elaborado pelo governo Casagrande.

"NOVA POLÍTICA"

A parceria entre Erick e Rigoni, assim, claramente ruiu. O que os unia, ao menos publicamente, era um discurso de "renovação".

A tese do deputado federal é de que "o ciclo de 20 anos" em que a chefia do Executivo estadual revezou-se entre o atual governador e o antecessor dele, Paulo Hartung (ex-MDB), chegou ao fim.

Rigoni adaptou o discurso no segundo turno, argumentou que Manato não representa uma mudança segura.

Erick, quando postado ao lado do deputado federal, também se apresentou como integrante de uma nova geração, que poderia substituir os rostos já conhecidos da política capixaba.

Rigoni tem 31 anos. Erick, 35.

Além de se perfilar a Manato, o presidente da Assembleia declarou apoio a Bolsonaro, que enfrenta o ex-presidente Lula (PT) no segundo turno.

Bolsonaro foi deputado federal por mais de 20 anos e está no fim do mandato como presidente da República.

Manato ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados de 2003 até 31 de janeiro de 2019. E é bolsonarista de carteirinha.

No palanque do candidato do PL estão aliados de Hartung, que, obviamente, apoiaram parte do "ciclo de 20 anos".

Rigoni e Erick não conseguiram emplacar o discurso de "nova política".

Apesar de a votação do deputado do União Brasil não ter sido desprezível, ele perdeu capital político em relação a 2018, quando foi a escolha de 84.405 eleitores.

A queda foi de 21 mil votos.

A antiga dupla vai ficar sem mandato a partir do ano que vem. Erick pode ser abrigado na Prefeitura de Vitória, comandada pelo correligionário Lorenzo Pazolini, mas não há uma indicação concreta sobre isso.

Rigoni, se Casagrande for reeleito, talvez possa ser alocado na gestão estadual.

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