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Aliado de Casagrande critica apetite do PSB no governo do ES

Deputado estadual Marcelo Santos (Podemos) é um dos cotados para presidir a Assembleia Legislativa a partir de 2023

Vitória
Publicado em 22/11/2022 às 02h10
Governador Renato Casagrande no Pedra Azul Summit
Governador Renato Casagrande no Pedra Azul Summit. Crédito: Fernando Madeira

Não é de hoje que o governador Renato Casagrande é considerado "um homem de partido", bastante fiel à sigla à qual pertence há muitos anos, o PSB. De vez em quando, a concessão de posições estratégicas a membros da legenda e a influência que caciques do PSB exercem no governo geram ruídos.

Foi assim ainda antes do início da campanha eleitoral, quando deputados estaduais da base aliada demonstraram publicamente o descontentamento com ações governamentais que, na avaliação deles, serviram para aumentar o cacife do então titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico (Sectides), Tyago Hoffmann.

Este acabou, por fim, eleito deputado estadual. A Sectides, conforme o governador confirmou à coluna, vai ser desmembrada.

Mas coube a outro aliado de Casagrande, o deputado estadual reeleito Marcelo Santos (Podemos), dar o recado:

"O segundo turno foi importante para o governo identificar algumas falhas, não existe governo perfeito. Não se pode potencializar o partido (o PSB) sem nenhuma qualificação", afirmou o parlamentar à coluna nesta segunda-feira (21).

"A Ceasa, por exemplo, é importante e é administrada pelo partido, mas não teve uma gestão moderna que pudesse elevar a Ceasa a um patamar bacana", pontuou Marcelo.

"Quem merecia vaia era o dirigente da Ceasa", complementou o deputado. Durante a campanha eleitoral, Casagrande visitou a Centrais de Abastecimento do Espírito Santo, em Cariacica, e foi vaiado por parte dos produtores que lá vendem seus produtos.

O diretor-presidente da Ceasa é Antonio Carlos Cesquim Diniz.

"Agora, ele mesmo (Casagrande) está corrigindo a questão da supersecretaria. O segundo turno foi importante para ele enxergar essas coisas. Não é uma crítica ao governo. Ele está dando sinais de que recebeu o recado das urnas", avaliou Marcelo Santos.

Casagrande foi reeleito após um duro embate com Manato (PL) no segundo turno. E afirmou que vai falar sobre a composição do governo somente em dezembro.

PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Em fevereiro, os deputados estaduais eleitos e reeleitos em outubro vão tomar posse e eleger a nova Mesa Diretora da Assembleia.

A composição da Casa vai mudar, com mais espaço para a oposição, embora Casagrande ainda possa contar com uma maioria de aliados.

"Vai ter uma corda esticada, deputados que vão fazer cobranças e debates. A caixa de ressonância vai ser o governo", previu Marcelo Santos.

A maior bancada vai ser a do PL, que inclui o oposicionista Capitão Assumção, mas o petista João Coser e a filiada ao PSol Camila Valadão também vão estar lá.

Para a presidência, o nome de Marcelo é lembrado. Desde antes do pleito ele já havia dito que não seria candidato à Assembleia em 2026. Após a votação expressiva que recebeu, já tem planos de disputar a Câmara dos Deputados.

Já quanto ao comando do Legislativo estadual, o parlamentar sai pela tangente. Diz que não é candidato, mas está à disposição para ser.

E é aí que, nos bastidores, surge, novamente, Tyago Hoffmann. "Ele (Hoffmann) tem interesse em ser presidente da Assembleia, mas seria querer muito o PSB ter o governo e o comando da Assembleia", pontuou um parlamentar.

À coluna, no último sábado (19), Hoffmann afirmou que não tem tratado da eleição da Mesa Diretora.

Outro nome citado por parlamentares é o de João Coser. Ele também, entretanto, garantiu que não tem feito esse tipo de conversa.

Hoffmann e Coser estiveram no Pedra Azul Summit, evento realizado pela Rede Gazeta.

"Quem colocar de mais a cabeça na frente pode perder a cabeça na esquina", avalia o deputado estadual reeleito Theodorico Ferraço (PP). Ex-presidente da Assembleia, ele é uma velha raposa política.

MUDANÇAS

Além da Sectides, o governo também deve desmembrar o DER, que hoje engloba as funções do antigo Instituto de Obras Públicas do Estado do Espírito Santo, além dos trabalhos nas rodovias estaaduais.

Com a Ciência e Tecnologia separada do Desenvolvimento Econômico, um dos cotados para integrar o primeiro escalão de Casagrande é o deputado federal não reeleito Felipe Rigoni (União Brasil).

PERMANÊNCIAS

Outros secretários, entretanto, segundo o próprio Casagrande, vão ser mantidos nos cargos ou remanejados de função.

Marcelo Santos até externou opinião sobre um que, segundo ele, deveria permanecer: o chefe da Casa Civil, Davi Diniz.

Cabe à pasta cuidar do relacionamento com outros Poderes, em especial a Assembleia.

"O melhor cara para Casa Civil é o Davi Diniz mesmo. É um cara equilibrado. Você pode estar puto, com o perdão da palavra, e você sai de lá tranquilo. Ele trata todos os parlamentares igualmente", elogiou Marcelo.

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