
A Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Kennedy, no extremo Sul capixaba, ainda comemorava a volta para casa de uma cidadã de 92 anos, que foi para a UTI em Cachoeiro e se recuperou da Covid-19, quando teve que registrar, nesta segunda-feira (6), a morte de um homem de 78 anos que estava há sete dias em terapia intensiva no Hospital Evangélico.
É a oitava vítima da doença provocada pelo novo coronavírus no município de maior renda per capita no Espírito Santo, graças à receita do petróleo, mas o secretário Jairo Fricks ressalva que apenas seis são pessoas do município. “As outras duas chegaram doentes, pioraram, foram socorridas e morreram na cidade”, disse Jairo.
Os números de casos positivos para coronavírus em Presidente Kennedy são, proporcionalmente, os mais altos do Estado (4% da população) e, nos boletins diários divulgados pelo município, são ainda maiores do que os que aparecem no painel da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
O índice de pessoas curadas é maior do que a média brasileira e a letalidade é considerada baixa – menos de 2% dos casos positivos. Com 10,3 mil habitantes, Kennedy tinha 408 casos confirmados da doença até ontem (6).
Mas, a exemplo do que aconteceu há mais de 60 dias, quando esta coluna mostrou o crescimento exponencial dos casos de Covid no município, e também em Marataízes e Itapemirim, mais uma vez a gestão municipal, agora de forma oficial, atribui esses números às ações para antecipar o diagnóstico de contágio por coronavírus.
Presidente Kennedy já fez a testagem em 2 mil pessoas e anuncia a compra de mais 3 mil testes para os próximos dias. Há uma semana, a barreira sanitária fixa foi desativada e transformada em barreira volante, indo de casa em casa, em 12 comunidades, para medir temperatura e identificar suspeitas de contágios.
“Se a pessoa estiver com algum sintoma, é colocada em isolamento e monitorada diariamente. Se piorar, é levada para fazer o teste e começar o tratamento. Estamos fazendo também um trabalho de prevenção com altas doses de Vitamina D e Zinco, além de administrar ivermectina, com base na experiência da OMS nos países do Norte da África, e azitromicina”, explica o médico Marcus Sobreira, 69 anos, diretor clínico do hospital da cidade.
E a cloroquina? “A administração da cloroquina é decidida pelo médico que atende o paciente, dependendo do estágio da doença. Estamos acompanhando experiências bem-sucedidas em outros lugares do país, porque sabemos muito pouco sobre a doença”, admite Sobreira.
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