
As eleições serão realizadas só em 2026, mas o clima de disputa pelo Palácio Anchieta atravessou a passarela do Sambão do Povo na noite deste sábado (22), na festa de abertura do desfile das escolas do Grupo Especial.
BLOCOS RIVAIS
Por volta das 21h, uma hora antes da primeira escola a desfilar (a Jucutuquara), dois grupos distintos se formaram no meio da avenida, antes da cerimônia de entrega das chaves da cidade de Vitória à Família Real do Carnaval capixaba.
BLOCO DE ESQUERDA X BLOCO DE DIREITA

De um lado, aliados do governador Renato Casagrande (PSB), do outro, a turma do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos). Foi tudo tão constrangedor que o buraco formado entre os dois grupamentos políticos foi batizado na hora de “Faixa de Gaza”, área de permanente tensão no Oriente Médio e no Sambão.
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS
Movimento pra lá, movimento pra cá, e nada de Casagrande e Pazolini se encontrarem, como exigem os bons-modos e a institucionalidade, em se tratando do governador do Estado e do prefeito da Capital, o anfitrião da festa.
DESVIO DE ROTA

Em certo momento, Casagrande começou a se aproximar do grupo em torno de Pazolini, mas como o prefeito, de costas, não parava de falar aos microfones e nem percebeu a aproximação, o governador fez um pequeno “desvio” e acabou não se aproximando do rival político naquele momento.
DEMOROU
Pouco depois, cerca de meia hora após ambos estarem na passarela, finalmente Casagrande e Pazolini se cumprimentaram formalmente e, a partir daí, o clima ficou um pouco menos tenso.
CONVIVÊNCIA CIVILIZATÓRIA
Na cerimônia de entrega das chaves, o governador falou primeiro e, gentilmente, citou o prefeito, que retribuiu e, na sequência, fez referência a Casagrande.
CHORO E RANGER DE DENTES
Mas o clima de rivalidade ainda estava no ar. Um auxiliar muito próximo de Casagrande confidenciou à coluna que, pela sua percepção, o locutor oficial do Sambão “estava orientado” a não citar o nome do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), que busca o apoio do governador para ser seu candidato a sucedê-lo no Palácio Anchieta.
ZERO EM HARMONIA
A triste prova da tensão que marcou a noite/madrugada no Sambão, lugar que deveria ser espaço apenas de alegria e confraternização: o prefeito Pazolini foi agredido, durante o desfile da MUG.
COLADOS E GRUDADOS
Ferracinho chegou ao Sambão junto com Casagrande e Arnaldinho Borgo (Podemos), prefeito de Vila Velha, também apontado como postulante à vaga do governador.
DO CENTRÃO
O deputado federal Da Vitória (PP), que foi o primeiro parlamentar a chegar (20h20) para o desfile de sábado, conseguiu transitar nos dois grupos políticos do Sambão. Ele ia de um lado para o outro e alternava abraços em Pazolini e no governador.
TOMOU GOSTO

Estreante no vuco-vuco dos políticos no Sambão, a vice de Pazolini, Cris Samorini, estava belíssima. E muito à vontade.
QUE NÃO GOSTA DE SAMBA…
O locutor da festa, quando anunciou a presença de Pazolini, enfatizou: “Este gosta de samba!” (aliás, ele sempre fala isso com todos os prefeitos de Vitória que passaram pelo Sambão ao longo dos anos, mas não espalhem isso por favor).
FOMINHAS
Às 20h, duas horas antes da abertura do desfile, o secretário estadual de Justiça, Rafael Pacheco, e o presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, já estavam lado a lado a postos no camarote do Banestes, quartel-general do governo do Estado na passarela do samba.
FOI BARRADO…
O bloco dos barrados desfilou mais uma vez na passarela. O deputado federal Evair de Melo (PP) chegou a ser impedido de acessar a pista do desfile antes da cerimônia de entrega das chaves à Família Real.
…MAS NÃO FEZ BARRACO
Logo em seguida, ele pediu socorro à Cris Samorini, que conseguiu liberar o parlamentar, que estava acompanhado da sua mulher. Educadamente, Evair reconheceu: “O segurança é pago para fazer isso mesmo”.
CORRENDO PRO CORREDOR
O vereador Dárcio Bracarense (PL) foi outro destaque do bloco dos barrados. Se bem que não foi exatamente ele, mas o parlamentar da Capital reclamou que sua mulher foi impedida de acessar o corredor ao lado da pista, local de trabalho dos jornalistas que cobrem o desfile.
CARTEIRADA
Este corredor, definitivamente, está desmoralizado. A exemplo do que sempre ocorreu com governos administrados pela direita, pela esquerda, pelo centro, por todos os lados, o local fica repleto de bicões e políticos que não se contentam em ficar em seus já privilegiados camarotes.
SAMBANDO E REZANDO

Vida de governador tem dessas coisas. Casagrande, que se acabou no Sambão também na noite de sexta-feira (21), na abertura do Carnaval capixaba, horas depois, logo de manhã cedo (22), estava contrito na missa de posse do arcebispo de Vitória, dom Ângelo Mezzari.
REZANDO E SAMBANDO
Em paz interior, devidamente abençoado e com os pecados (veniais) perdoados, o governador respirou, descansou um pouco e na noite de sábado e madrugada deste domingo (23) voltou para a folia no Sambão. A carne é fraca, mas a fé aguenta firme.
PARLAMENTO NO SAMBA
Os políticos ocuparam o Sambão. Além dos já citados aqui na coluna, estavam presentes os deputados estaduais Janete de Sá (PSB), Dary Pagung (PSB), Chambinho (Podemos), Mazinho (PSDB), Camila Valadão (PSOL), Denninho (União) e a federal Jack Rocha (PT).
EUCLÉRIO NADA

Não afeito ao Carnaval e recém-transplantado de um rim, o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), escolheu um programa mais leve na sexta-feira, bem longe da folia. S. Exa. preferiu relaxar numa piscina, como postou nas redes sociais: “Início da noite curtindo uma piscina com água quentinha. DEUS é maravilhoso”, escreveu.
SHYMENNE DÁ SAMBA
Mas a vice de Euclério, Shymenne de Castro, é chegada num samba. Ela esteve no Sambão na sexta-feira e, na madrugada deste domingo (23), desfilou pela Boa Vista.
CALMA, GENTE!
Primeira escola a desfilar no Grupo Especial, a Jucutuquara não agradou muito e ainda viu alguns dos seus componentes brigando na dispersão
DEUS APROVA
Uma igreja evangélica localizada ao lado do Sambão liberou seus banheiros e forneceu água para os foliões que iam desfilar ou assistir à festa.
COISA ESTRANHA

Gretchen, rainha de bateria da Independente de Eucalipto, desfilou na sexta com… tênis. Salto alto pode até ser um adjetivo ruim, mas o substantivo, pelo menos para as charmosas rainhas de bateria, continua insubstituível.
SIMPLES E EFICIENTE
No entorno do Sambão o policiamento estava bem reforçado. E o trânsito, muito organizado. Na rua de acesso ao antigo Cais do Avião, por exemplo, a PMV colocou cones nas laterais, impedindo o estacionamento de veículos que congestionam aquela importante área perto da dispersão.
CARNAVAL DA INCLUSÃO

Um dos destaques da Jucutuquara foi a cadeirante Leda Barreto, que estava animadíssima. Ela é uma veterana da passarela do samba: "Desfilo desde neném na barriga da mãe", brincou a foliã, de 58 anos de idade
CONSTATAÇÃO
O Sambão está precisando de uma reforma estrutural, à altura da grandeza do atual Carnaval capixaba.
SAMBA BOM PRA CACHORRO

Durante o desfile da Jucutuquara, primeira escola a se apresentar no Grupo Especial, um simpático cachorrinho apareceu na passarela e foi muito paparicado. Um fofo.
ABENÇOADA
Depois de mais de um mês sem chuva digna desse nome, ela chegou com força em vários momentos no Sambão neste Carnaval 2025.
ALÔ, TORCEDOR-FOLIÃO!
Este vídeo pode te interessar
O que falta ao futebol capixaba para ter a mesma qualidade do Carnaval capixaba?
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.