
Nestes últimos dias que antecedem o Natal de 2020, o mundo inteiro está debatendo a questão da vacina contra a Covid-19. Infelizmente, assim como ao longo de todo ano de 2020, neste final de ano as festas também sofrerão com o afastamento social necessário e com os debates infindáveis. Definitivamente precisamos de uma vacina, mais do que nunca, contra a desinformação.
Vimos na semana passada o início da vacinação contra a Covid-19 no Reino Unido. Lá os profissionais de saúde e a população idosa já começaram a ser vacinadas. Da mesma forma, nesta segunda-feira (14), a vacinação de profissionais da saúde começou nos Estados Unidos. Enquanto isso, a União Europeia está aguardando a aprovação por um órgão colegiado composto por cientistas dos 27 países membros para iniciar a aplicação da vacina contra a Covid-19, o que se imagina deva ocorrer em reunião próxima agendada para o dia 21 de dezembro.
O movimento de vacinação contra a Covid-19 vai tomando contornos muito claros, os quais já se antecipava: os países mais ricos do planeta iniciarão a campanha de vacinação de seus cidadãos, ao passo que os países do sul global esperarão para conseguir comprar o restante de doses de vacinas que sobrarem.
Aqui no Brasil, a lógica se repete, enquanto São Paulo, o estado mais rico da federação, já garantiu a produção local da vacina em parceria com a empresa Sinovac e o Instituto Butantan, os demais Estados terão que aguardar a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, órgão controlado diretamente pelo governo federal, que ao que tudo indica permanece contrário a uma campanha de vacinação em massa contra a Covid-19.
Muitos cientistas políticos alertaram para a disputa que se daria pelas vacinas no mundo, pois as indústrias farmacêuticas que já conseguiram desenvolver uma fórmula eficaz para a imunização humana não darão conta de produzir em tempo exíguo a quantidade necessária para vacinar todos os habitantes do planeta, como seria ideal e necessário. Desse modo, têm preferência na compra os países sede dessas empresas e os países que já fizeram reservas, pagando pelas doses.
Na corrida pela vacina, assim como na corrida da vida, os mais endinheirados saíram à frente e já estão vacinando seus cidadãos, enquanto os países do sul global, sem indústrias farmacêuticas nacionais e fábricas em seu próprio território, não só não têm a tecnologia para desenvolver uma vacina própria, como também não têm a capacidade industrial para produzi-la, tampouco para armazená-la (se for necessário o armazenamento em -70 Graus Celsius, como é o caso da vacina da Pfizer/Biontech).
Resta-nos, então, aqui no sul global, esperar por uma vacina contra a desinformação, para que as pessoas passem a acreditar na ciência, comecem a usar máscaras e álcool gel, respeitem as regras de afastamento social, e, principalmente, respeitem uns aos outros não passando essa doença terrível para seus familiares, amigos, vizinhos e todos com quem entrarem em contato.
Essa vacina é gratuita e requer um pouco de bom senso, somente.
Por fim, não custa sonhar: seria bom, também, se o governo federal deixasse de defender o negacionismo e adotasse um plano nacional de combate à Covid-19, com uma proposta efetiva de vacinação em massa.
Assim, na esperança de ser ouvida pelo aniversariante do mês, desejo intensamente para esse Natal, uma vacina contra a desinformação!
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