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Pimenta: de olho nas exportações, grupo de empresários investe em São Mateus

Será feito um investimento que beira os R$ 20 milhões na implantação de uma máquina esterilizadora. O Espírito Santo é o maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil

Publicado em 18/04/2024 às 03h50

Um grupo de empresários fará um investimento que beira os R$ 20 milhões na implantação de uma máquina esterilizadora pimenta em São Mateus, Norte do Espírito Santo. Vai ser uma das primeiras unidades do tipo a entrar em operação no Brasil. Fazem parte do projeto Technobras (Brazilian Technology in Spice Sterilization) as seguintes empresas: Agrorosa Importação e Exportação, Saconni Agroindustrial, CVP Agrícola e BLN Farms (que faz parte do grupo capixaba Soma).

O maquinário será todo comprado na Holanda e vai operar em uma área de 40 mil m². Um sistema de vapor de alta pressão reduzirá o nível de contaminação das sementes de pimenta por salmonella a índices aceitos internacionalmente. Até produtos em pó podem passar pelo processo. Inicialmente serão 14 mil toneladas de pimenta esterilizadas por ano, mas a intenção é chegar, mais à frente, a uma capacidade instalada de 44 mil toneladas por ano. O início das obras está previsto para julho e a operação deve começar em julho de 2025. A intenção é atender demandas de todo o Brasil.

"A gente não tem esse tipo de máquina no Brasil, os primeiros investimentos estão saindo agora. A questão é que o volume da produção vem subindo forte e, sem passar por este processo, fica muito complicado entrar nos principais mercados, que são Estados Unidos e Europa, não passa no teste sanitário. Hoje, os produtores que exportam precisam mandar a produção para países como Vietnã, que fazem a esterilização e revendem para Europa e Estados Unidos. A margem brasileira acaba caindo muito, as máquinas esterilizadoras são fundamentais para mudar este contexto", explicou Gilbert Canal, vice-presidente do Grupo Soma e um dos executivos responsáveis pelo projeto.

A pipericultura brasileira vem sofrendo, nos últimos anos, com detenções automáticas na Europa e Estados Unidos por causa da alta incidência de salmonella no produto exportado. Diante disso, as barreiras sanitárias ficaram mais firmes. O teste é feito na chegada ao porto de destino, caso dê positivo, o contêiner é mandado de volta, gerando um grande prejuízo.

O Espírito Santo é, hoje, responsável por 65% das exportações nacionais de pimenta-do-reino. No ano passado, de acordo com dados compilados pela Secretaria de Estado da Agricultura, foram vendidos US$ 167,6 milhões (R$ 871,5 milhões) - 54,5 mil toneladas. Trata-se do terceiro produto mais exportado pelo agro capixaba, atrás apenas do café e seus derivados (US$ 1,03 bi) e da celulose (R$ 775,5 milhões). A Secretaria de Agricultura estima que 12,5 mil propriedades cultivem pimenta no Espírito Santo.

Primeiro carregamento de pimenta-do-reino para exportação
Primeiro carregamento de pimenta-do-reino para exportação da cooperativa Nater Coop. Crédito: Divulgação/Nater Coop

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