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Urnas apreendidas no PR sequer foram auditadas e não há prova de fraude

Urnas apreendidas no PR sequer foram auditadas e não há prova de fraude

A auditoria das urnas ainda não foi realizada, não havendo indícios que comprovem a fraude

Publicado em 19 de outubro de 2018 às 04:26

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Mensagem de áudio que circula no WhatsApp sobre comprovação de fraude nas urnas que foram apreendidas em Curitiba no dia 7 de outubro, no primeiro turno das eleições, é falsa. A auditoria de tais urnas – que foi determinada pelo corregedor regional eleitoral, desembargador Gilberto Ferreira, atendendo a pedido de comissão provisória do PSL –, ainda não foi realizada, não havendo, portanto, indícios que comprovem a fraude.

As informações foram checadas pelo projeto Comprova, coalizão que reúne 24 veículos de imprensa do Brasil para combater a desinformação na eleição presidencial. Participaram, das diferentes etapas da verificação, jornalistas de O Povo, BandnewsFM, Nexo, NSC, Poder360 e Gazeta Online.

Urnas apreendidas no Paraná sequer passaram por auditoria e não há prova alguma de fraude. (Reprodução)

Para verificar o áudio, o Comprova entrou em contato com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que informaram que nesta quinta-feira, 18, às 14 horas, foi realizada uma audiência pública para instalar a auditoria das urnas da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba pertencentes às seções 654, 655, 664 e 674; da 178ª Zona Eleitoral de Curitiba, a urna pertencente à seção 114; e da 9ª Zona Eleitoral de Campo Largo, a pertencente à seção 292.

A auditoria acontece nesta sexta-feira, 19, a partir das 8 horas na sede do TRE-PR. "Os auditores, na ocasião, vão responder a uma pergunta muito simples: os problemas apontados pelos eleitores foram decorrentes de algum tipo de fraude visando modificar a intenção do voto?", explicou o vice-presidente do TRE-PR e corregedor regional eleitoral, desembargador Gilberto Ferreira.

O áudio de mais de cinco minutos tem sido compartilhado acompanhado do texto: "As provas foram entregues ao Delegado Franschini (sic) é a cúpula do PSL. Coisa de derrubar a República... Os militares estão (a ala esmagadora que apoia Bolsonaro) cientes. Rosa Weber já sabe. Temer já sabe. Villas Boas já sabe. Jungleman (sic) já sabe! A coisa tá pegando…". Segundo a gravação, "(a eleição) foi fraudada, já está comprovado, o TSE não quer fazer a impugnação das urnas, que é o correto pela Justiça".

A menção ao deputado federal Delegado Francischini (PSL-PR) é decorrente do pedido realizado pelo parlamentar, através da comissão provisória do PSL, para a realização das auditorias nas urnas, sob o argumento de que vários eleitores relataram que não conseguiram confirmar o voto para presidente da República nas urnas. O deputado anunciou a realização da auditoria na sua página do Facebook no último dia 15, mas não mencionou qualquer conclusão do processo.

Já a citação a autoridades como Rosa Weber, presidente do TSE; Michel Temer (MDB), presidente da República; Eduardo Villas Boas, comandante do Exército Brasileiro; e Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública; é inadequada porque a auditoria sequer aconteceu. Por meio de nota, o TSE afirmou que "trata-se de mais um conteúdo falso" e que, "nos 22 anos de urnas eletrônicas, não há qualquer comprovação de fraudes relacionadas a esses equipamentos".

A gravação dizia ainda que "a cada não sei quantos votos eram votos mandados para a chapa do Haddad (sic)" e que a fraude estaria no código-fonte das urnas. Sobre isso, a nota do TSE esclareceu que "todas as urnas utilizam os mesmos sistemas, os quais são criptografados e assinados digitalmente. O código-fonte dos sistemas eleitorais ficou disponível para auditoria por seis meses" e que "por esse processo de auditoria, é verificado que os votos inseridos na urna correspondem ao total por elas apurado".

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A mensagem enganosa chegou ao Comprova por meio do WhatsApp.

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