Publicado em 24 de outubro de 2022 às 12:42
Quatro integrantes de uma suposta célula neonazista foram presos em dois municípios de Santa Catarina. A Polícia Civil afirma que a investigação teve início ainda no mês de abril, quando um primeiro membro do grupo foi detido por tráfico de drogas. As informações foram divulgadas pelo "Fantástico", da TV Globo. >
No espaço virtual, eles publicavam vídeos e imagens com alusões nazistas e trocavam mensagens racistas e xenófobas. Em uma das publicações, eles falam em alemão, mostram uma bandeira nazista e disparam tiros.>
"O que a gente tem procurado são aqueles indivíduos que trazem maior perigo para a sociedade e se estruturam de uma forma mais organizada", afirmou o delegado Arthur Lopes em entrevista à emissora. As prisões foram realizadas na quinta-feira (20).>
Um dos suspeitos foi detido na casa em que morava com a mãe e com as irmãs mais novas. Ele participava de um grupo nomeado "Aniversário do Fuher", em alusão a Adolf Hitler.>
>
Em uma das conversas interceptadas pela polícia, um dos membros do grupo fala: "Vamos matar 'mendigo' amanhã" e o suspeito responde "Todos os mendigos negros nordestinos deveriam ser fuzilados".>
Os suspeitos eram investigados por associação criminosa armada, fabricação de arma de fogo e divulgação do nazismo. Na casa de um deles, uma impressora 3D que, segundo a polícia, era usada para fabricar partes de armas de fogo, foi apreendida.>
Além da prisão de um estudante de engenharia de agricultura de 24 anos em abril deste ano, outras três pessoas foram presas na operação policial em Joinville (SC) e uma em São José (SC).>
Elas são um auxiliar de escritório, de 27 anos, detido com uma espingarda e munição; um estudante de engenharia automotiva, de 21 anos, outro de letras, de 20 anos (ambos da UFSC), e um estudante do curso de direito, de 20 anos, que contou à polícia que tinha uma "fixação estética" pela SS, milícia que administrou os campos de concentração na segunda guerra, e, por isso, tinha um colete com a inscrição.>
Os jovens não tiveram as identidades divulgadas, segundo a polícia, "para não atrapalhar as investigações". Todos negaram os planos de ataque, falaram que as mensagens de ódio eram "brincadeiras" e negaram neonazismo.>
A polícia continua a investigar outras células neonazistas no estado.>
A lei 7.716/1989 diz que é crime "praticar, induzir ou incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". A pena é de reclusão de um mês a três anos e multa ou reclusão de dois a cinco anos e multa se o crime foi cometido em publicações ou meio de comunicação social.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta