Publicado em 29 de julho de 2019 às 12:37
- Atualizado há 6 anos
A Polícia Civil de São Paulo prendeu o terceiro suspeito de participação no roubo de cerca de 720 quilos de ouro no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), registrado na última quinta (25).>
O mais novo suspeito foi autuado em flagrante, na madrugada desta segunda-feira (29), por posse de munição de calibre de uso restrito. Com ele, a polícia apreendeu um carregador de fuzil com 31 projéteis calibre .762.>
Segundo as investigações, o terceiro suspeito teria oferecido apoio logístico para o transbordo do ouro até os veículos usados pela quadrilha. A polícia não informou onde a prisão foi realizada.>
Dois suspeitos já estão presos. Um deles é o aeroviário Peterson Patrício, 33, preso na noite do último sábado (27). Ele é funcionário do terminal de cargas do aeroporto e alegou, horas depois do crime, ter sido obrigado pelos criminosos a ajudar no roubo após ser mantido refém, junto da família desde o dia anterior.>
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O funcionário mora na travessa Nem Ouro Nem Prata, no Jardim da Conquista, zona leste da capital —onde teria funcionado um dos cativeiros.>
O outro suspeito preso, Peterson Brasil, também é funcionário do aeroporto. A Justiça determinou a prisão dele no começo da noite deste domingo (28). O suspeito já estava detido no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).>
Ambas as prisões são temporárias e foram determinadas pela Justiça de São Paulo a pedido dos policiais.>
Nas imagens registradas no momento do roubo, captadas pelo sistema de segurança do aeroporto, Patrício é o primeiro a aparecer descendo de uma caminhonete clonada da Polícia Federal.>
É ele também quem indica aos outros integrantes da quadrilha o local exato onde estavam os malotes de ouro —cujo valor supera R$ 120 milhões— e chega a carregar com as mãos peças que estavam soltas em um contêiner.>
Até agora nenhum grama do ouro foi recuperado. Os investigadores estimam que a quadrilha tenha gasto cerca de R$ 1 milhão para levar a cabo o roubo.>
Segundo a reportagem apurou, as suspeitas começaram a recair sobre o funcionário após uma série de contradições na versão contada por ele. Após admitir o crime, ele apontou o colega como comparsa.>
Desde o início das investigações, uma das principais linhas seguidas pela polícia era tentar descobrir qual teria sido o funcionário do aeroporto (ou da empresa de transporte de valores) responsável pelo vazamento de informações privilegiadas.>
A polícia tinha certeza de que havia esse colaborador (ou colaboradores), porque os bandidos não tinham como obter tantos detalhes precisos sobre a carga, como o dia e horário que estaria ali.>
A polícia só não sabia que era o próprio Patrício essa pessoa quem estaria ajudando a quadrilha, até porque, segundo os colegas, era um funcionário exemplar.>
De acordo com o delegado João Carlos Miguel Hueb, o aeroviário trabalhava havia sete anos no aeroporto de Guarulhos e nunca apresentou nenhum problema que pudesse levantar suspeitas.>
Conforme reportagem da Folha de S.Paulo, a cúpula da Polícia Civil considera muito difícil reaver o ouro roubado na quinta —isso não muda com a prisão desses suspeitos agora.>
Isso porque o material é facilmente derretido e vendido no mercado sem deixar indício de ser produto de crime. Os policiais acreditam que a quadrilha pudesse ter até mesmo um comprador do ouro antes de executar o plano.>
A Polícia Civil também aguarda para esta segunda informações sobre os donos do ouro. Até o final de semana, segundo a reportagem apurou, a polícia tinha recebido parte delas —sabia apenas serem integrantes de um grupo de investidores.>
De acordo com o registro policial, todo o ouro estava dividido em 31 malotes.>
Vinte e quatro deles, pesando 565,5 quilos e avaliados em U$ 24,4 milhões, tinham como destino final o aeroporto JFK em Nova York.>
Os outros sete malotes, pesando 153,4 quilos e avaliados em U$ 4,8 milhões, tinham como local de desembarque o aeroporto YYZ, no Canadá.>
O roubo que levou a prisão do aeroviário ocorreu na tarde da última quinta (25) quando criminosos disfarçados de policiais federais entraram no terminal de cargas. Com ajuda de um empilhadeira, eles colocaram a carga de ouro em um caminhonete e fugiram.>
Os carros clonados da Polícia Federal forma abandonados minutos depois em um terreno na zona leste, na região do Jardim Pantanal.>
Nesse local, os bandidos fugiram em outras duas caminhonetes (uma branca e outra prata), que seriam também abandonadas minutos depois, também na zona leste.>
Para a polícia, todos os veículos usados na ação foram comprados pelos bandidos. Estima-se que o grupo gastou quase R$ 1 milhão na organização do crime, entre compra de ao menos sete carros, armas e equipamentos.>
Na versão de Patrício, toda ação começou quando um ambulância cruzou a frente do veículo dele, levando a mulher dele como refém.>
Dois bandidos voltaram a encontrar o funcionário no final da tarde, e todos foram para casa dele, fazendo a família de Peterson refém. Os familiares foram liberados no começo da noite.>
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