Publicado em 24 de outubro de 2022 às 20:13
SÃO PAULO - O ex-deputado Roberto Jefferson, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou ter atirado cerca de 50 vezes, com um fuzil calibre 556, contra policiais federais que foram prendê-lo no domingo (23).>
A afirmação consta no depoimento dele à Polícia Federal, logo após sua prisão em flagrante. Jefferson também foi indiciado sob suspeita de quatro tentativas de homicídio a policiais, contra os quais atirou e também usou granadas.>
O ex-parlamentar afirmou que estava falando ao telefone quando observou a chegada de quatro pessoas, por meio da câmera de monitoramento de sua casa.>
Ele disse ainda, em depoimento, que não "ia deixar a PF fazer busca e apreensão e efetuar a prisão" dele, alegando ter sido "humilhado" em três vezes anteriores, com a ações da polícia em cumprimento a determinações dos ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).>
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Além de citar a quantidade de tiros dados, Jefferson alegou ter mirado os disparos nos carros da PF, além de admitir ter jogado três granadas, sendo uma em frente à viatura policial, uma atrás do veículo, "quando os policiais saíram", e mais uma dentro da casa "para assustar" o agente que havia entrado na residência.>
Ele disse não ter atirado "para matar nenhum policial", acrescentando que, "se quisesse, matava os policiais", alegando estar "em posição superior e com fuzil.">
Jefferson também afirmou que "sempre teve granada em casa", tendo comprado as que usou há cerca de cinco anos, admitindo não ter autorização para tê-las.>
O ex-deputado acrescentou ter entre 20 e 25 armas, afirmando que todas foram adquiridas legalmente, acrescentando ainda estar sem o porte emitido pela PF, desde que foi cassado.>
Além disso, ele afirmou realizar 500 tiros por semana, para treinar.>
Roberto Jefferson será transferido para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro. É a mesma unidade em que ele ficou preso até janeiro, após ter obtido direito a prisão domiciliar. >
A transferência foi decidida na audiência de custódia feito pela STF (Supremo Tribunal Federal) com o ex-deputado por videoconferência. O juiz auxiliar do Supremo Aírton Vieira decidiu manter a prisão de Jefferson.>
Jefferson ficou por seis meses em Bangu 8 ao ser preso no desdobramento das investigações sobre a atuação de uma quadrilha digital voltada a ataques contra a democracia.>
O local conta com celas individuais e uma coletiva, apelidada de Maracanã. A Secretaria de Administração Penitenciária ainda não divulgou em qual delas Jefferson ficará.>
A unidade é voltada para presos com nível superior completo sem sentença com trânsito em julgado. Um dos detentos mais conhecidos atualmente na unidade é o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o doutor Jairinho.>
O ex-governador Sérgio Cabral permaneceu neste presídio por cerca de cinco anos, mas atualmente está numa unidade da polícia militar de Niterói.>
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