Publicado em 14 de outubro de 2022 às 21:32
SÃO PAULO - Os policiais rodoviários federais envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos foram presos de forma preventiva nesta sexta-feira (14) e levados ao Presídio Militar de Sergipe, em Aracaju.>
Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia foram denunciados pelos crimes de abuso de autoridade, tortura e homicídio qualificado.>
Segundo a Justiça Federal de Sergipe, os agentes já fizeram exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico-Legal) e passaram por audiência de custódia.>
O advogado Glover Castro, que defende os três servidores, afirmou à reportagem que teve acesso à decisão na tarde desta sexta (14) e que entrará na Justiça "com as medidas necessárias para combater a decisão".>
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A prisão preventiva foi decretada nesta quinta (13) pela 7ª Vara Federal de Sergipe a pedido do MPF (Ministério Público Federal) "para garantir a ordem pública e instrução do processo". Os mandados foram cumpridos na manhã desta sexta pela PF (Polícia Federal).>
"O magistrado titular da referida unidade judiciária, Rafael Soares Souza, proferiu decisão após representação do Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) pela prisão dos réus e denúncia dos PRFs pelos crimes de abuso de autoridade, tortura e homicídio qualificado", disse a Justiça em nota.>
Genivaldo foi asfixiado em uma viatura da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em 25 de maio deste ano no município de Umbaúba, Sergipe.>
A PF reconstituiu a cena da morte e concluiu que a detonação de gás lacrimogêneo liberou gases tóxicos como monóxido de carbono e ácido sulfídrico. De acordo com a perícia, a concentração de monóxido de carbono foi pequena e a de ácido sulfídrico foi maior, o que pode ter causado convulsões e incapacidade de respirar.>
Ainda segundo a investigação, Genivaldo fez um esforço físico intenso e isso, associado ao estresse causado pela abordagem, fez com que a respiração dele ficasse acelerada, o que pode ter potencializado os efeitos tóxicos dos gases.>
A Polícia Federal concluiu que a vítima ficou 11 minutos e 27 segundos no porta-malas do carro em contato com gases tóxicos.>
Ainda de acordo com a perícia, Genivaldo não esboçou nenhuma reação à abordagem policial e só chegou ao hospital 23 minutos após a emissão dos gases tóxicos. Antes, a viatura onde estava passou por uma delegacia da cidade. Ele chegou morto ao hospital, informa a investigação.>
O advogado dos policiais, Glover Castro, afirmou que não havia a intenção de matar Genivaldo. "De forma alguma aquele resultado foi previsto por eles.">
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