Publicado em 12 de julho de 2019 às 23:52
- Atualizado há 6 anos
Uma segunda barragem de pequeno porte no município de Pedro Alexandre (435 km de Salvador) rachou nesta sexta-feira (12) e a prefeitura da cidade vizinha de Coronel João Sá emitiu um novo alerta de enxurrada para a população.>
Em uma rede social, o prefeito de Coronel João Sá, Carlos Sobral, afirmou que a barragem está com uma rachadura grande em sua estrutura e disse que Corpo de Bombeiros confirmou que há risco de rompimento.>
A barragem fica no povoado Boa Sorte, no município de Pedro Alexandre, a 17 quilômetros de Coronel João Sá.>
"As águas vão chegar muito mais rápido. Por isso, eu peço para as pessoas que retornaram para essas áreas de risco que voltem para onde vocês dormiram ontem à noite. Voltem para as escolas, o ginásio de esportes e para a casa dos parentes que vamos dar toda a assistência", afirmou o prefeito.>
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Após vistoria realizada por técnicos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, o governo da Bahia confirmou nesta sexta-feira (12) que houve rompimento na barragem do Quati.>
A falha na barragem resultou na inundação de cerca de 40% da área urbana de Coronel João Sá. Até o momento, não houve feridos nem há registro de pessoas desaparecidas.>
O governador da Bahia, Rui Costa, visitou Pedro Alexandre e Coronel João Sá na tarde desta sexta. Horas antes, em uma inauguração na cidade Paulo Afonso, ele explicou que houve um "efeito cascata" em pequenas barragens da região, potencializando a enxurrada. >
"Agradeço a Deus por não ter nenhuma vítima. O que houve foi perda material", afirmou o governador.>
Ao todo, 40 bombeiros militares da Bahia já estão na região e atuam no resgate e apoio às pessoas que estão desalojadas ou desabrigadas. Mergulhadores também fazem buscas nas áreas atingidas. >
O rompimento da barragem do Quati na quinta-feira pegou de surpresa parte dos moradores de Coronel João Sá, que fica abaixo da barragem.>
O volume de chuvas fez com que a prefeitura começasse a emitir alertas nos bairros próximos ao rio do Peixe por volta das 8h da manhã. Às 11, aconteceu o rompimento e a água começou a atingir os bairros.>
"É o tipo de coisa que a gente vê só na televisão. Pensava que nunca ia acontecer com a gente", afirma Luciana Santos, 30, que trabalha como gari na cidade e viu parte da sua casa ser derrubada pela força da água.>
Ela afirma que a princípio não acreditou nos alertas de uma possível enxurrada: "A gente acho que era mentira, que era brincadeira", lembra. Quando a água chegou, só teve tempo de pegar os documentos e correr para a parte mais alta da cidade junto com a mãe, tio e filha com quem divide a casa.>
Desde tarde de quinta-feira (11), ela e a família estão em uma escola municipal da cidade, onde divide o espaço com outras dezenas de pessoas com histórias semelhantes.>
Dentre elas está a agente de saúde Maria Martins dos Santos, 48. Ela não chegou a ter sua casa destruída pela enxurrada e teve poucos danos materiais. Mas, desde o rompimento da barragem, está ilhada.>
A sua casa fica do outro lado da ponte que atravessa o rio do Peixe, que está interditada por risco de desabamento. Sem ter como atravessar para o outro lado da cidade, abrigou-se em uma das escolas >
Entre as cerca de 350 famílias desalojadas, a palavra de ordem é solidariedade, conta Maria Martins. Ela conta que os desabrigados estão organizando mutirões para arrecadar mantimentos e para tentar resgatar móveis e eletrodomésticos nas áreas onde o nível da água já baixou.>
"Estamos trabalhando igual à formiguinha, em parceria. Aqui é um ajudando o outro", diz a agente de saúde.>
Entidades como a Voluntárias Sociais da Bahia, em Salvador, iniciou uma campanha para o recolhimento donativos, que devem ser entregues na sede da instituição na Praça do Campo Grande, entre 8h e 21h.>
A prefeitura de Coronel João Sá disponibilizou o número da conta bancária do município para doações para as vítimas das enxurradas.>
DOAÇÕES>
Banco do Brasil>
Agência 3913-6>
Conta 16000-8>
CNPJ 14.215.818/0001-36>
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