Publicado em 4 de julho de 2019 às 11:46
- Atualizado há 6 anos
O Ministério da Educação (MEC) solicitou na última quinta-feira, dia 27 de junho, à enciclopédia colaborativa Wikipédia que o verbete sobre o ministro da pasta, Abraham Weintraub, fosse excluído. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o MEC alegou que a página conteria "informações não confirmadas" que poderiam levar a "interpretações dúbias".>
A mensagem enviada pelo MEC, à qual a reportagem teve acesso, justifica o pedido de exclusão pela "impossibilidade de edição" do conteúdo por parte do ministério. Segundo a pasta, com a restrição de edição, a "pessoa física/jurídica fica incapacitada de declarar ampla defesa e o contraditório".>
Procurado, o MEC confirmou ter pedido a remoção do artigo e também reconheceu o conteúdo do e-mail, mas não comentou a solicitação nem esclareceu quais trechos do artigo sobre Weintraub motivaram o contato. A solicitação do ministério foi feita por um mecanismo automático da plataforma, no qual é possível enviar um e-mail ao usuário responsável pela última edição.>
O verbete sobre Weintraub na Wikipédia foi criado em 8 de abril, pouco mais de três horas depois de o presidente Jair Bolsonaro anunciar pelo Twitter que ele sucederia Ricardo Vélez Rodriguez no comando do ministério.>
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A solicitação do MEC para que o verbete fosse excluído mobilizou um fórum de editores da Wikipédia - que assinam com pseudônimos. O editor Chronus, que foi contatado pela assessoria do MEC, compartilhou a mensagem recebida e pediu aos colegas conselhos. "Caberia alguma resposta formal da comunidade quanto à solicitação do MEC?", escreveu no fórum do site na última segunda-feira.>
Os editores então sugeriram que ele pedisse mais clareza ao MEC sobre os pontos problemáticos e respondesse explicando que é impossível que um editor sozinho consiga eliminar um artigo.>
O editor contatado pelo MEC não havia alterado conteúdo, mas restringiu a possibilidade de que usuários sem boa reputação na plataforma pudessem editar o texto.>
Na discussão do fórum, o Chronus disse que não pretendia responder ao e-mail do MEC. Argumentou que a comunicação deveria ter sido feita à Fundação Wikimedia, com sede na Califórnia.>
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