Publicado em 15 de setembro de 2025 às 14:13
A explosão que matou 9 pessoas em uma fábrica da empresa Enaex em Quatro Barras (PR), em 12 de agosto, pode ter ocorrido por causa das temperaturas baixas no dia do acidente. A conclusão está em um laudo elaborado pelo trabalho conjunto da PCP-PR (Polícia Científica do Estado do Paraná) e da Secretaria Estadual de Segurança Pública. "No horário em que houve a explosão a gente teve o mínimo de temperatura diário, uma temperatura próxima em torno de 3°C", disse o perito criminal Jerry Cristian Gandin.>
Segundo Gandin, isso pode ter contribuído para que o pentolite, um tipo de composto explosivo, entrasse em estado sólido, apesar de a planta ter um sistema de aquecimento. "Esse material solidificado pode ter colidido contra as bases dos agitadores, dos misturadores, e isso pode ter sido a causa da explosão." O pentolite é uma mistura dos explosivos TNT e nitropenta, utilizado para carregamento dos boosters, dispositivos que são usados para iniciar explosões.>
A explosão ocorreu em torno das 5h50, em uma dependência de 25 metros quadrados que ficou totalmente destruída. Além de nove mortos, deixou sete feridos com lesões leves.>
Gandin também disse que a apuração do caso contou com o método RCA (Root Cause Analysis, ou análise da causa raiz em português) para verificar diferentes elementos que possam ter levado ao acidente. Ele comparou a apuração ao trabalho feito na queda de um avião. "Nestes acidentes, não temos apenas uma causa. Nem sempre é só uma falha humana ou do equipamento, mas há a contribuição do clima, do tempo, do equipamento e dos operadores, e tudo isso pode contribuir para a ocorrência do acidente.">
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Ao todo, cerca de 80 integrantes da Polícia Científica atuaram no caso. O laudo deve subsidiar o inquérito sobre o caso, que está em andamento e teve o prazo prorrogado por mais 30 dias.>
De acordo com a delegada da Polícia Civil paranaense Gessica Andrade, responsável pelo caso, o novo prazo é necessário devido à complexidade do acidente e o volume de informações ainda sob análise. "Desde o início, nosso trabalho tem se concentrado em apurar se houve alguma conduta dolosa ou que possa ter contribuído para a explosão que vitimou os nove trabalhadores", disse Gessica.>
Em nota, a Enaex afirmou manter contato direto com os familiares dos funcionários mortos no acidente e com seus representantes legais, incluindo a Defensoria Pública paranaense. "Ressaltamos que diversas medidas já foram e continuam sendo adotadas, reafirmando nosso compromisso de acompanhar de forma responsável e próxima as famílias das vítimas", diz o texto.>
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