Publicado em 5 de outubro de 2021 às 17:29
A operadora de saúde Prevent Senior, investigada pela CPI da Covid, mantém 7 de suas 13 unidades de hospitais e prontos-socorros em funcionamento sem a licença necessária emitida pela Prefeitura de São Paulo. A irregularidade prevê pena de multas, fechamento administrativo e demais sanções legais. A informação foi revelada por levantamento do jornal Folha de S.Paulo. >
Além das unidades da Mooca, onde um pronto-socorro atende sem alvará específico, e da Vila Olímpia, na qual funciona um hospital de campanha sem autorização - ambas multadas na semana passada -, há problemas em mais cinco endereços da Prevent Senior na cidade. >
A falta de licença de funcionamento foi informada nesta segunda-feira (4) pela prefeitura em relação a hospitais nos bairros de Santana, Santa Cecília, Liberdade, Jardim Paulista e Pinheiros. >
De acordo com a Secretaria Municipal de Subprefeituras, as unidades Jardim Paulista, na avenida Brigadeiro Luís Antonio, e Pinheiros, na rua Cristiano Viana, onde funcionam pronto-socorro e leitos de internação, foram multadas na última sexta-feira (1º) em R$ 33,7 mil e R$ 91,6 mil, respectivamente. >
>
Os demais endereços foram alvo de fiscalização para a aplicação de multas nesta segunda-feira. Ao todo, nas ações recentes da gestão municipal, a empresa já foi multada em R$ 260,3 mil. >
A Folha de S.Paulo revelou na semana passada que o pronto-socorro da unidade Alto da Mooca funciona desde 2012, quando foi inaugurado, sem alvará emitido pela Vigilância Sanitária. >
O prédio daquele endereço também é alvo de investigação do Ministério Público por suposto envolvimento na chamada máfia do ISS, que cobra propina para que incida menos imposto em obras recém-entregues. >
Inaugurada em maio de 2018, a unidade Santana, na rua Augusto Tolle, estava com a solicitação de licença em análise por não ter sido apresentada parte da documentação necessária, como o certificado de conclusão da obra, segurança da edificação, entre outros papéis. >
"A ausência dos documentos necessários para regularização ocasionou no indeferimento do pedido e, nos próximos dias, uma ação fiscalizatória autuará a unidade com aplicação de multa por funcionar de forma irregular", informou a prefeitura em nota. >
Aberta em 2020, a unidade de internação Liberdade, na rua Mituto Mizumoto, funciona sem licença e foi alvo de fiscalização nesta segunda-feira (4). O mesmo ocorreu com a unidade de cirurgia eletiva Santa Cecília, na rua Jaguaribe, para a qual também não foi emitido o documento. >
A reportagem da Folha de S.Paulo questionou a administração municipal sobre a licença de mais endereços da rede Prevent Senior na capital paulista. Segundo informado pela secretaria, as unidades Dubai, Itaim, Rússia, Butantã e Belenzinho estão regulares. >
Já a licença de funcionamento do pronto-socorro da unidade Paraíso, localizado na rua Maestro Cardim, está incompleta. A prefeitura informa que aguarda laudo técnico do Corpo de Bombeiros para emitir a licença do prédio inaugurado em 2009. >
Procurada pela Folha de S.Paulo, a Prevent Senior afirmou em nota que desconhece as autuações e que todos os esclarecimentos serão prestados às autoridades. >
Ao ser questionada pela falta de fiscalização anterior nos endereços, já que as irregularidades na maioria dos casos se prolongam há anos, a Secretaria Municipal das Subprefeituras informou que a regularização do licenciamento deve partir do próprio empreendedor. >
"As providências cabíveis foram tomadas de forma concomitante às denúncias", informou em nota. >
A Prevent Senior foi alvo recente de protesto na unidade Paraíso. Na última quinta-feira (30), manifestantes lançaram tinta vermelha na fachada do prédio, onde funciona a sede administrativa. No dia seguinte, funcionários da empresa realizaram uma manifestação defendendo os serviços prestados pelo plano de saúde. >
A operadora de plano de saúde está no centro da CPI do Senado que investiga o combate à pandemia de Covid-19 no país. A empresa é acusada, entre outros pontos, de ter administrado sem consentimento medicamentos sem comprovação científica contra o coronavírus em pacientes que buscaram atendimento em suas unidades. >
A Prevent Senior também é acusada de adulterar o registro de casos de coronavírus atendidos na rede. >
Além da CPI da Covid no Senado, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, na quinta-feira (30), uma CPI para investigar a companhia. >
Na Assembleia Legislativa de São Paulo, existe também o projeto de uma CPI. Em 27 de setembro, foi protocolado requerimento por deputados. Para entrar em funcionamento, porém, a CPI ainda precisa ser aprovada em comissões e no plenário.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta