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Dados do celular de Bolsonaro podem ser usados como provas em outros inquéritos

Dados do celular de Bolsonaro podem ser usados como provas em outros inquéritos

Apreensão do aparelho ocorreu durante a operação da Polícia Federal, que prendeu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente

Publicado em 4 de maio de 2023 às 09:09

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Informações extraídas do celular de Jair Bolsonaro, apreendido na manhã desta quarta-feira (3), pela Polícia Federal, no âmbito de investigação sobre suposta fraude no cartão de vacinação do ex-presidente, podem ser usadas como provas em outros inquéritos em andamento.

A apreensão do aparelho ocorreu durante a Operação Venire, da PF, que prendeu preventivamente o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Os agentes fizeram buscas na casa do ex-presidente e recolheram seu celular.

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Ex-presidente Jair Bolsonaro . (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 03/10/2022 )

Segundo a advogada Jacqueline Valles, mestre em Direito, quando é cumprido um mandado de busca e apreensão, ele delimita os objetos a serem confiscados.

"A lei determina que sejam especificados no mandado o que se busca. E se o material apreendido legalmente contiver indícios de outros crimes, eles podem, sim, ser usados em outras investigações", afirma Jacqueline Valles.

Em sua avaliação, se a PF encontrar no celular de Bolsonaro informações que o vinculem a outros crimes investigados, 'a prova é válida, sim".

Na operação desta quarta, a PF prendeu, além do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, o PM Max Guilherme Machado de Moura, o capitão da reserva Sérgio Rocha Cordeiro, o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, o ex-major Ailton Gonçalves Moraes Barros e o secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha. Todos estão supostamente ligados a um esquema de adulteração do cartão de vacinação de Bolsonaro contra a covid-19.

A advogada explica que existe um princípio no Direito que permite, ainda, usar provas obtidas nessa investigação para iniciar outras investigações.

"A Teoria da Serendipidade é muito aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça na legalidade do encontro de provas de crimes diferentes aos que se investiga", assinala a jurista.

Segundo ela, 'isso é muito comum nas interceptações telefônicas'.

"A polícia está investigando, por exemplo, um crime de tráfico e descobre, por meio daquelas escutas, outros crimes. Segundo essa teoria, caso a polícia descubra novos crimes ao analisar o conteúdo do celular, isso também pode motivar a abertura de novos inquéritos policiais", destaca Jacqueline.

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