> >
Carla Zambelli é condenada a pagar R$ 20 mil por tocar 'Milla' em ato pró-Bolsonaro

Carla Zambelli é condenada a pagar R$ 20 mil por tocar 'Milla' em ato pró-Bolsonaro

Com decisão anterior, deputada já havia removido vídeo em que música de Manno Goés é cantada em ato a favor do presidente

Publicado em 18 de maio de 2022 às 10:22

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura

A deputada federal Carla Zambelli, do PL de São Paulo, foi condenada a pagar R$ 20 mil a Manno Góes, que assina a música "Milla" com Tuca Fernandes, por danos morais após vídeo em que o músico Netinho cantava a música em um ato pró-Bolsonaro, no ano passado. Góes não autorizou o uso político da canção e notificou a deputada antes de entrar com o processo.

Deputada federal Carla Zambelli
Deputada federal Carla Zambelli. (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

A sentença, dada pelo juiz Érico Rodrigues Vieira, da 3ª Vara Cível de Salvador, também traz uma condenação por danos patrimoniais à editora da música, Malu Edições, cujo valor ainda será definido pela Justiça. O juiz do caso é o mesmo que ordenou a remoção do vídeo do canal de YouTube da deputada, publicado em 1º maio do ano passado. Zambelli acabou removendo o vídeo em 13 de maio e poderia pagar R$ 5.000 por dia caso o registro permanecesse no ar.

Desde então, ainda era preciso decidir sobre o restante dos pedidos de Góes em seu processo, incluindo R$ 100 mil de indenização por danos morais - agora reduzidos a R$ 20 mil - pela "vinculação forçada à ideologia e figura política da ré [Zambelli] sem que sequer fosse lhe dada a oportunidade de opinar ou negar a utilização de sua composição"; e outros R$ 100 mil pelos danos materiais à editora pelo uso sem autorização da música.

Segundo a assessoria da deputada, ela vai recorrer da sentença. Em sua defesa, foi dito que o vídeo tinha caráter "informativo, de modo que a sua atuação se deu com a exclusiva finalidade de registrar e divulgar aos seus seguidores a ocorrência da manifestação". Na sentença, Vieira discordou do argumento, ressaltando que "se trata de registro de evento voltado à manifestação de apoio à figura política, no caso, o atual presidente da República, e à defesa de pautas como a adoção do voto impresso e a realização de intervenção militar".

Na ocasião, Góes publicou um tuíte sobre o caso. "Netinho ontem cantou 'Milla' no ato em que pessoas brancas, na Paulista, gritavam 'eu autorizo', para Bolsonaro. Autorizam o quê? Golpe militar? Portanto, eu não autorizo esse débil mental a cantar minha música", escreveu. A postagem foi removida do Twitter.

"Há de se respeitar a liberdade do autor de não querer ter a sua composição - e, consequentemente, a sua imagem - associada aos ideais nele defendidos", concluiu o juiz.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais