Publicado em 7 de maio de 2025 às 19:55
BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu cerca de 4 mil pessoas em Brasília nesta quarta-feira (7) em um protesto pela defesa da anistia política aos envolvidos na trama golpista que culminou nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de Janeiro de 2023.
A estimativa é do Monitor do Debate Público do Meio Digital, formado por pesquisadores do Cebrap e da USP, com apoio da ONG More in Common. A contagem foi feita no momento de pico da concentração, próximo à Catedral Metropolitana, às 16h30, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial.
A chamada "Caminhada pela Anistia Humanitária" foi o primeiro ato promovido pelo ex-presidente na capital federal desde os ataques de 8 de Janeiro. Essa caminhada soma-se a outras manifestações liderados por Bolsonaro este ano, como em Copacabana (Rio) e Avenida Paulista (São Paulo).
Porém, o protesto desta quarta (7) foi o menor em público até o momento. Veja a evolução do público nos atos bolsonaristas, segundo estimativas do Monitor do Debate Público do Meio Digital:
Um dos organizadores da caminhada, o pastor Silas Malafaia disse antes da manifestação que o ato teria uma proposta distinta de protestos como o de Copacabana. "Uma manifestação é diferente: para reunir multidões de 50, 100, 200 mil pessoas, tem que ser sábado ou domingo", afirmou.
"Amanhã (quarta-feira) é dia útil, dia normal de trabalho, então é outra coisa. Por isso estamos fazendo uma caminhada, com um trio elétrico à frente puxando, vários parlamentares, todos discursando. O objetivo é claro: pressionar deputados e senadores para aprovar uma anistia humanitária, cuja urgência já foi aprovada pela maioria na Câmara", disse.
Em reunião com o governo do Distrito Federal, a organização do ato bolsonarista informou uma previsão de 2,5 mil a 5 mil participantes para o evento.
Durante o evento, Bolsonaro descumprindo recomendação médica, subiu no carro de som e voltou a defender a anistia dos acusados de envolvimento no 8 de Janeiro. Ele disse que, se o projeto que livra da punição os condenados pelos atos extremistas for aprovado no Congresso, não poderá haver qualquer contestação dos demais Poderes.
"Anistia é um ato político e privativo do Parlamento brasileiro. Se o Parlamento votou, ninguém tem que se meter em nada. Tem que cumprir a vontade do parlamento, que representa a vontade da maioria do povo brasileiro", disse.
A declaração vem como recado ao Supremo Tribunal Federal, corte em que ministros têm se pronunciado contra a anistia dos condenados.
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