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Aras se manifesta contra apreensão de celular de Bolsonaro pedida por partidos de oposição

Aras se manifesta contra apreensão de celular de Bolsonaro pedida por partidos de oposição

Pedido está em representações apresentadas por siglas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e enviadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo ministro Celso de Mello no último dia 22

Publicado em 28 de maio de 2020 às 11:18

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Procurador-geral da República, Augusto Aras, e presidente da República, Jair Bolsonaro, em solenidade na PGR
Procurador-geral da República, Augusto Aras, e presidente da República, Jair Bolsonaro, em solenidade na PGR. (Marcos Corrêa/PR)

O procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se contra a apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) solicitada por partidos de oposição.

O pedido está em representações apresentadas por partidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e enviadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo ministro Celso de Mello no último dia 22, quando o governo reagiu ao despacho do magistrado e disse que uma eventual ordem de entrega do aparelho telefônico poderia gerar "consequências imprevisíveis".

Aras afirmou que os fatos narrados nas notícias-crime de autoria do PDT, PSB e PV já estão em investigação no inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente pretendia violar a autonomia da Polícia Federal.

Segundo o procurador-geral, o responsável pela investigação é a PGR e não cabe a intromissão de terceiros, no caso os partidos, na decisão das medidas a serem adotadas em busca de provas. Por isso, enviou ao Supremo manifestação contra a apreensão do celular. Agora, cabe a Celso de Mello decidir se dá andamento ou não às representações de legendas da oposição.

CRÍTICAS AO DESPACHO

Mesmo que o magistrado não tivesse determinado a entrega do celular mas apenas pedido parecer da Procuradoria a respeito, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, divulgou um texto com críticas ao despacho do integrante do STF.

Em nota, Heleno considerou o pedido do decano do Supremo, que se trata de uma praxe, algo "inconcebível" e "inacreditável".

Para ele, "seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do presidente da República e na segurança institucional do país". "O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os Poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional", disse o general.

A manifestação sofreu críticas de líderes políticos e de representantes da sociedade civil. O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, apontou anacronismo e disse que o ministro deveria "sair de 1964", em referência ao ano do golpe que deu início à ditadura militar (1964-1985).

"General Heleno, as instituições rechaçam o anacronismo de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder, #ficaemcasa", escreveu Santa Cruz em uma rede social.

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