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É jornalista e editor-chefe da TV Gazeta, g1es e ge.com

Todas as telas contam. Mas só uma carrega o Brasil inteiro

O vídeo é, de fato, o protagonista da comunicação contemporânea, mas ele só se sustenta com conteúdo, confiança, conexão e alcance. E isso, a televisão ainda sabe entregar como ninguém

  • Bruno Dalvi É jornalista e editor-chefe da TV Gazeta, g1es e ge.com
Publicado em 07/07/2025 às 16h38

Num ecossistema cada vez mais povoado por telas, plataformas e formatos de vídeo, um dado se impõe com força: o brasileiro ainda consome televisão — tradicional ou conectada — com uma intensidade que nenhuma outra mídia nem sequer se aproxima. O mais recente relatório da Kantar Ibope Media, divulgado em junho deste ano, revela que a média diária de consumo de vídeo na televisão é de 5h38 por pessoa. Já o tempo gasto em smartphones (1h24), tablets (1h55) e desktops (2h28), somados, chega a 5h47 — apenas 9 minutos a mais que o consumo de TV. A televisão continua sendo, com folga, o principal canhão de vídeo no Brasil.

Essa evidência ganha ainda mais força quando se olha para o alcance. Em um único dia, 63,65% das pessoas são impactadas por algum tipo de vídeo. Em uma semana, esse índice sobe para 87%, e ao longo de um ano, 99,54%% da população brasileira foi exposta a conteúdo em vídeo. Esses números mostram o poder de penetração do formato, seja na televisão ou em outra tela.

Para quem trabalha com televisão, isso é a validação de que a TV aberta ainda é o principal elo entre o conteúdo e o público. Mesmo com a ascensão das plataformas digitais, a televisão segue sendo o lugar em que a informação, o entretenimento e a publicidade ganham corpo, contexto e credibilidade.

Esse protagonismo ocorre porque a televisão é a única capaz de combinar escala, regularidade, gratuidade e permanência de consumo em todas as regiões e classes sociais. E agora, com a presença de TVs conectadas em 6 de cada 10 lares, esse conteúdo se tornou também mais acessível sob demanda, ampliando sua relevância.

O relatório também destaca o fenômeno do consumo em companhia, o chamado co-viewing. Cerca de 24,65% dos brasileiros assistem a vídeos acompanhados, comportamento que salta para 37,83% entre crianças de 4 a 11 anos. Isso reforça que o vídeo, especialmente na televisão, ainda é um espaço coletivo, que reúne famílias e grupos em torno de uma experiência compartilhada — algo que nenhuma outra mídia entrega com tanta naturalidade.

E mesmo diante da multiplicação das plataformas de streaming e dos serviços sob demanda, a televisão mantém seu papel central. Os brasileiros que assinam plataformas de VOD (vídeo sob demanda) consomem, em média, 2,5 serviços diferentes.

Televisão, casal, streaming
Consumo de TV. Crédito: Shutterstock

O relatório da Kantar mostrou ainda dois dados relevantes para o mercado publicitário, que encontra no vídeo um ponto de contato altamente relevante com os consumidores: o primeiro mostra que mais de 56 mil marcas investiram em vídeo no ano passado no Brasil; o segundo constata que 53% dos usuários são favoráveis à presença de publicidade nos streamings, e 34% afirmam que assinariam serviços com anúncios, desde que mais baratos. Ou seja, até em ambientes digitais, há espaço e aceitação para modelos inspirados na lógica da TV aberta.

O vídeo é, de fato, o protagonista da comunicação contemporânea, mas ele só se sustenta com conteúdo, confiança, conexão e alcance. E isso, a televisão ainda sabe entregar como ninguém.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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