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É diretor de Registro de Imóveis do Sindicato dos Notários e Registradores do Estado do Espírito Santo – Sinoreg-ES

Registro de imóveis brasileiro reduz riscos de crise como a da  Evergrande

A crise atual vem sendo comparada com a crise do subprime americano de 2008. Isso porque as duas foram causadas por títulos lastreados em dívidas que, no setor imobiliário, depois se tornaram créditos podres e dívidas de difícil pagamento

  • André Arruda É diretor de Registro de Imóveis do Sindicato dos Notários e Registradores do Estado do Espírito Santo – Sinoreg-ES
Publicado em 03/12/2021 às 14h55

A Evergrande é a segunda maior companhia do mercado chinês. Fundada em 1996, a empresa alcançou a prosperidade no mercado imobiliário e assina projetos de construção em 280 cidades do país. Além disso, tem uma subsidiária no mercado de veículos elétricos, uma empresa de mídia, um parque de diversões e um time de futebol.

Recentemente, a empresa foi expandida e caiu em um endividamento recorde: mais de US$ 300 bilhões em débitos abertos, com juros acima da capacidade de pagamento. E isso não é incomum. Muitas empresas de construção somam dívidas altas, já que é preciso financiar projetos e aguardar o recebimento aos poucos. O problema foi que a Evergrande comprometeu demais o caixa, isso somado à pandemia, que prejudicou o faturamento, uma verdadeira bola de neve.

Agora, prevê-se um calote gigantesco pela também gigante Evergrande. Os efeitos disso refletem no mercado chinês e em todo o mundo. À nível mundial, o risco é de paralisação das atividades dos principais parceiros comerciais da China. Além disso, o setor é um dos principais consumidores de commodities e a queda das cotações internacionais pode impactar países exportadores, como o Brasil.

A crise atual vem sendo comparada com a crise do subprime americano de 2008. Isso porque as duas foram causadas por títulos lastreados em dívidas que, no setor imobiliário, depois se tornaram créditos podres e dívidas de difícil pagamento. E mais, ambas foram pautadas em títulos que circulam em Shadow Bankings, ou seja, em um mercado que ocorre à margem dos grandes bancos e, consequentemente, de menor controle.

Mas o sistema notarial brasileiro poderia evitar uma crise semelhante. Ainda que a China tenha adotado o sistema de notariado latino, não há, ainda, o sistema de registro de garantias feito pelos cartórios. Aqui no Brasil, ao tomar conhecimento de uma matrícula imobiliária, você tem apontadas as garantias nele inscritas, ilimitadas ao valor do imóvel. Por isso, no Brasil, não teríamos uma crise financeira desse caráter, por conta do subprime, embora sejamos afetados pela crise financeira mundial.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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