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É secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde

Quem ama vacina: política pública mais bem-sucedida do Brasil faz 50 anos

O Programa Nacional de Imunizações distribui cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos, entre vacinas, soros e imunoglobulinas por ano, e é responsável pelas políticas de redução da transmissão de doenças imunopreveníveis

  • Ethel Maciel É secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde
Publicado em 18/09/2023 às 15h44
Nesta segunda-feira (15), a vacinação em Cariacica será encerrada mais cedo, às 15h30
Vacina. Crédito: Divulgação | Prefeitura de Cariacica

Músicas, dancinhas no Tik-Tok, celulares de última geração, inteligência artificial... Pode ser que tudo isso cause estranheza para quem já não é mais tão jovem assim. O choque geracional sempre foi muito comentado pela mídia e percebido em toda sociedade, mas existe uma coisa que essa geração não conhece e nem terá notícias: pessoas afetadas pela poliomielite.

Há 34 anos o Brasil noticiava o último caso de pólio e isso só foi possível graças às ações de vacinação em grande escala em todo o país e desde 1989 não temos notícias de casos por aqui. A vacina, não só aqui no Brasil, mas em todo o mundo, sofre do próprio sucesso. Ela controla e elimina as doenças, e a diminuição dos casos faz com que a percepção de risco da população diminua.

O Programa Nacional de Imunizações comemora 50 anos nesta segunda-feira (18), uma das políticas públicas mais bem-sucedidas e de reconhecimento mundial. O PNI distribui cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos, entre vacinas, soros e imunoglobulinas por ano, e é responsável pelas políticas de redução da transmissão de doenças imunopreveníveis com fortalecimento de ações integradas de vigilância em saúde para promoção, proteção e prevenção da saúde da população brasileira.

Como pesquisadora e doutora em saúde coletiva há 25 anos nunca tinha tido a necessidade em reafirmar que as vacinas salvam vidas e que são seguras e eficazes, isso sempre foi uma obviedade, mas desde o governo anterior vivemos uma onda de desinformação e compartilhamento de mentiras tão grande que as coberturas vacinais foram afetadas em todo o país e agora, além de combater as doenças, temos que combater as falsas informações compartilhadas.

Durante a pandemia da Covid-19 tivemos o sucesso da ciência. Em um espaço curto de tempo conseguimos produzir uma vacina, distribuí-la e fazer com que várias pessoas do mundo inteiro tivessem acesso a ela, mas infelizmente esse sucesso foi ofuscado pelas falsas notícias, e o movimento antivacina prejudicou as coberturas vacinais.

A hesitação vacinal é considerada pela Organização Mundial de Saúde um dos dez maiores problemas de saúde no mundo, onde cerca de 11% da população desconfia de alguma forma da vacina. No ano de comemoração dos 50 anos do maior programa de imunizações do mundo, o Ministério da Saúde vem trabalhando com grandes plataformas, influenciadores e personalidades, campanhas, entre outros, para que voltemos a ser referência vacinal em todo o mundo.

Sem a vacina o país inteiro está sujeito à reintrodução de doenças graves, podendo levar a morte ou a sequelas importantes. O slogan da campanha não é em vão “quem ama vacina”, porque só assim você se protege e quem você ama.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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