Muitos empresários iniciam sua jornada cheios de expectativa, acreditando que uma boa ideia é suficiente para transformar um negócio em sucesso. Mas a realidade é bem diferente. Segundo o Mapa de Empresas, do governo federal, apenas em 2023, quatro empresas fecharam as portas a cada minuto no país, totalizando 2.153.840 negócios encerrados ao longo do ano. Esse dado já mostra que o desafio não está apenas em abrir, mas principalmente em manter viva uma empresa.
A experiência dos anos à frente do Grupo Coroa mostrou que o sucesso empresarial dificilmente acontece da noite para o dia. É preciso calma para construir bases sólidas e sabedoria para entender que cada passo dado com planejamento aumenta as chances de permanência no mercado. Esse equilíbrio entre entusiasmo e cautela pode ser a diferença entre se tornar mais uma estatística de mortalidade empresarial ou alcançar longevidade.
Longevidade, nesse contexto, não se trata apenas de resistir ao tempo. É sobre se manter relevante, competitivo e conectado às transformações sociais e de mercado. Para isso, eu cito três pilares fundamentais que sustentam empresas duradouras: compromisso com o consumidor, inovação contínua e responsabilidade social e ambiental.
O primeiro deles, o compromisso com o consumidor, exige mais do que oferecer um produto ou serviço. Significa compreender hábitos, necessidades e expectativas em constante mudança. Empresas que sabem ouvir e responder de forma coerente, como fazemos, às demandas de seus clientes conquistam não apenas vendas, mas confiança e pertencimento.
O segundo pilar é a inovação. A velocidade com que a tecnologia avança e os comportamentos se transformam exige das empresas uma postura de adaptação constante. Inovar não é somente lançar algo novo, mas também aprimorar processos, modelos de gestão e formas de relacionamento. É estar disposto a mudar, antes mesmo que o mercado force essa mudança.
O terceiro pilar é a responsabilidade social e ambiental, cada vez mais valorizada por consumidores e investidores. Não se trata apenas de uma exigência regulatória ou de marketing, mas de um compromisso com a coletividade. Empresas que entendem seu papel no ecossistema social e ambiental em que estão inseridas demonstram coerência e propósito, valores essenciais para atravessar gerações.
Compartilho essa análise com base na minha vivência à frente do Grupo Coroa, que acaba de completar 92 anos de atuação. Nossa trajetória comprova que tradição e inovação podem caminhar juntas, desde que o foco esteja no consumidor e no compromisso com a sociedade. Não foi a pressa, mas a constância, a capacidade de adaptação e a atenção às mudanças de comportamento que permitiram atravessar décadas de transformações no mercado.
É claro que cada setor tem suas peculiaridades, mas os fundamentos da longevidade empresarial são universais. Em um país que ainda enfrenta taxas tão altas de mortalidade de empresas, o debate sobre práticas de gestão sustentáveis e estratégicas precisa ser constante.
Afinal, quando uma empresa sobrevive e prospera, não é apenas o empreendedor que ganha: toda a sociedade se beneficia. Empregos são gerados, a economia é fortalecida e a identidade cultural se preserva. O sucesso, portanto, deve ser construído com paciência e visão, porque é dessa forma que as marcas conseguem atravessar o tempo e se consolidar como patrimônio coletivo.
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