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É presidente do ES em Ação

Qual a expectativa do setor privado com a nova gestão do Porto de Vitória?

Temos, no Porto de Vitória, um ativo de grande valor. Ele tem potencial para retomar um papel de protagonismo e extrema relevância para desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado

  • Fabio Brasileiro É presidente do ES em Ação
Publicado em 04/05/2022 às 15h42
Navio visto de cima atracado no Porto de Vitória
Navio visto de cima atracado no Porto de Vitória. Crédito: Thiago Có/Log-In Divulgação

A expectativa é enorme!!!!

Somos um Estado geograficamente vocacionado para o comércio internacional e o nosso desenvolvimento econômico está diretamente ligado ao setor portuário. Basta analisar a evolução dos indicadores socioeconômicos resultantes da implantação dos terminais de Tubarão, Praia Mole e Terminal de Produtos Siderúrgicos, Portocel, Ubu e, mais recentemente, da Companhia Portuária de Vila Velha (CPVV). Todos esses projetos tiveram impactos relevantes nos ciclos de crescimento econômico do Espírito Santo.

São terminais privados (TUPs) especializados e reconhecidos internacionalmente por sua eficiência, diferencial competitivo determinante para o sucesso da indústria capixaba no acirrado mercado internacional de commodities.

Nas últimas décadas, vimos os terminais privados se modernizarem, expandirem, e gerarem emprego e renda. Tornaram-se referências internacionais, alavancando a competitividade e o crescimento e da economia capixaba. Ao mesmo tempo, nosso porto público perdeu relevância, tornou-se obsoleto e se notabilizou por ser um gargalo para o crescimento de setores importantes da nossa economia. Um modelo de gestão pouco inteligente, focado na exploração do arrendamento de áreas e cobrança por serviços ineficientes, impactando negativamente a competitividade das cargas ali movimentadas e desestimulando novos investimentos no Espírito Santo.

A falta de planejamento e gestão, ao longo das últimas décadas, permitiu que seus principais acessos terrestres, ferrovia e rodovias, fossem estrangulados e se tornassem obstáculos quase intransponíveis para a carga. Suas vias navegáveis, igualmente obsoletas e carentes de planejamento e investimento, tornaram-se fator de improdutividade e comprometeram a atratividade e o custo das principais linhas de transporte marítimo em suas escalas.

Acredito fortemente que temos, no Porto de Vitória, um ativo de grande valor. Ele tem potencial para retomar um papel de protagonismo e extrema relevância para desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado.

Temos em nossa região metropolitana uma plataforma logística sólida, madura e altamente eficiente. Nossas rodovias e vias arteriais estão recebendo importantes investimentos e estão sendo revitalizadas.

Nossa expectativa é que a nova gestão do porto, a partir desse cenário e se utilizando de um planejamento integrado, identifique a real vocação e as diversas oportunidades que se apresentam. Ela deve retirar o Porto de Vitória do isolamento e reconstruir suas conexões com o setor produtivo e a sociedade capixaba.

E, finalmente, para que a grande transformação seja possível e célere, ficamos na torcida para que seja implantada uma cultura meritocrática, transparente, que privilegie o conhecimento, o método que possa ser desdobrado, e um modelo de gestão leve que garanta eficiência, confiabilidade e competitividade ao nosso estimado porto.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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