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É doutorando em Administração Profissional. CEO da NBS. Empreendedor Serial

Por que as empresas quebram no Brasil?

Os empreendedores precisam parar de culpar fatores externos como a economia, o governo ou crises globais por seus problemas. Em vez disso, devem focar em capacitação, realizar o básico com excelência, olhar para dentro da empresa

  • Thiago Bassetti É doutorando em Administração Profissional. CEO da NBS. Empreendedor Serial
Publicado em 20/08/2024 às 11h53

Em 2023, mais de 2 milhões de empresas encerraram suas atividades no Brasil, uma média alarmante de aproximadamente quatro empresas a cada minuto. O dado é ainda mais preocupante quando consideramos que não faltam empenho e dedicação aos empreendedores.

Muitos entendem profundamente seus produtos e demonstram grande determinação, mas saber sobre o produto não garante sucesso empresarial. Gerir um negócio requer habilidades diferentes. Um excelente cozinheiro não necessariamente sabe administrar um restaurante, assim como um médico brilhante pode não ser um bom gestor hospitalar, e um engenheiro talentoso pode não estar preparado para liderar uma construtora.

Empresas falham por várias razões interligadas, e é fundamental entender que a gestão empresarial demanda conhecimentos específicos em administração e finanças, além de disciplina para aplicá-los no dia a dia. Disciplina, conhecimento e persistência são essenciais para manter as empresas nos trilhos.

Má gestão é uma das principais causas de falência. A falta de experiência e habilidades necessárias para administrar uma empresa juntamente com decisões equivocadas em áreas críticas como finanças, marketing, operações e recursos humanos são problemas comuns.

Além disso, muitos empreendedores enfrentam dificuldades financeiras devido ao desencaixe de fluxo de caixa, frequentemente confundindo regime de caixa com regime de competência – conceitos contábeis cruciais para uma gestão eficaz. Essa confusão resulta em gestão deficiente do fluxo de caixa e falta de liquidez para pagar despesas e fornecedores.

O endividamento excessivo é outro problema, com empresas captando recursos desordenadamente e assumindo dívidas que não conseguem pagar, baseadas na esperança infundada de que dias melhores virão, o que leva a inevitáveis problemas de solvência.

A falta de planejamento eficiente também é um fator significativo para o insucesso. A ausência de um plano de negócios sólido, estratégias claras para crescimento e adaptação ao mercado, e previsões financeiras realistas pode asfixiar o caixa e comprometer as operações.

A empresa deve adicionar valores como horas extras, adicional noturno,  insalubridade e  periculosidade no cálculo do 13° salário.
Falência de empresas. Crédito: Divulgação

Os empreendedores precisam parar de culpar fatores externos como a economia, o governo ou crises globais por seus problemas. Em vez disso, devem focar em capacitação, realizar o básico com excelência, olhar para dentro da empresa, planejar e seguir um plano de ação detalhado e eficiente. Esta abordagem é a melhor maneira de evitar fazer parte das estatísticas negativas.

Para evitar a falência, as empresas devem adotar uma gestão eficaz, planejar adequadamente, adaptar-se às mudanças de mercado e cuidar da sua saúde financeira. Resiliência e capacidade de adaptação são cruciais para a longevidade empresarial. Atualmente, existem diversas opções de cursos e consultorias que podem ajudar os empreendedores a desenvolver planos de negócios viáveis, permitindo que tornem seu barco mais robusto e resistente para navegar nos mares nada previsíveis da economia brasileira.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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