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É pscólogo corporativo e especialista em Liderança

O que é 'inclusificar' e como colocar em prática nas empresas

É a habilidade de liderança do futuro. E muitos líderes e empresas já perceberam isso. Mas o caminho ainda é cheio de desafios. O primeiro: por onde começar?

  • Peter Altoe Noronha É pscólogo corporativo e especialista em Liderança
Publicado em 16/07/2025 às 17h07

Quero dividir com você alguns aprendizados sobre um termo que me era desconhecido até pouco tempo: "inclusificar". Descobri a expressão no livro Inclusifique da pesquisadora Stefanie K. Johnson.

A autora partiu de uma pergunta instigante: o que líderes de destaque fazem para obter resultados em ambientes diversos?

Se diversidade é convidar para a festa e inclusão é chamar para dançar (como bem definiu Verna Myers, VP de Inclusão da Netflix), então "inclusificar" seria o quê?

Segundo Johnson, é o esforço contínuo e sistêmico de liderar valorizando perspectivas únicas, criando um ambiente de mente aberta onde todos sentem que realmente pertencem. Ambicioso? Talvez. Mas totalmente possível.

Ela afirma que "inclusificar" é a habilidade de liderança do futuro. E muitos líderes e empresas já perceberam isso. Mas o caminho ainda é cheio de desafios. O primeiro: por onde começar?

Enfrentar os próprios vieses

Associações inconscientes são mecanismos de sobrevivência. Imagine um secretário executivo — pensou em uma mulher? Agora pense num presidente de empresa — visualizou um homem? Esses são exemplos de vieses.

Todos temos. A questão não é sentir vergonha, mas sim não fazer nada a respeito. Comigo foi assim: ao reconhecer meus próprios vieses, percebi o quanto ainda precisava aprender. Admitir é o primeiro passo.

Mas afinal, vale mesmo a pena investir em diversidade e inclusão? A resposta está nos dados:

  • Empresas com maior diversidade de gênero têm 25% mais chances de obter lucratividade acima da média, segundo a McKinsey (2024). 
  •  No Brasil, 96% das empresas premiadas no Ranking DEI do GPTW 2024 afirmam que ações de inclusão aumentaram o engajamento interno
  • Uma pesquisa global da Deloitte (2024) aponta que 83% da geração Z prefere trabalhar em empresas com políticas inclusivas claras.

Ou seja: investir em inclusão não é só uma questão ética — é estratégico.

Três atitudes para começar a "inclusificar"

1. Admita seus vieses e mude o jogo

Todo líder carrega vieses inconscientes. O segredo está em reconhecê-los, criar critérios objetivos para decisões (e não apenas “fit cultural”) e mensurar avanços com metas claras de pluralidade.

2. Questione o sistema

Desigualdades muitas vezes são sustentadas por regras e hábitos. Um exemplo inspirador: Susan Wojcicki, ex-CEO do YouTube, aumentou a licença parental para 18 semanas. Resultado? A evasão de mulheres no Google caiu pela metade. E na sua empresa, que barreiras poderiam ser revistas?

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) busca assegurar e promover igualdade de condições, exercício dos direitos e liberdades fundamentais, inclusão social e cidadania.
Inclusão. Crédito: Shutterstock

3. Rompa a lógica de “nós versus eles”

Estimule a divergência. Faça perguntas como: “Alguém vê de outra forma?” ou “Tem alguma ideia diferente que a gente ainda não ouviu?”. Isso fortalece a escuta ativa e cria pertencimento real.

Esse tema pode parecer desafiador, e é mesmo. Mas vale o desconforto. Afinal, só há inovação onde há espaço para diferenças.

Você já conhecia o termo inclusificar ou já praticava e nem sabia?

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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