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É economista e secretário da Fazenda de Vitória

Fraude fiscal: um risco explosivo

A proliferação dessas fraudes prejudica empresas e cidadãos que buscam agir de acordo com as regras, provoca concorrência desleal, causa prejuízos aos cofres públicos e compromete políticas sociais essenciais

  • Regis Mattos Teixeira É economista e secretário da Fazenda de Vitória
Publicado em 14/09/2025 às 14h00

Combater as fraudes fiscais é central para garantir a justiça tributária e proteger quem age conforme a lei, como demonstram as operações recentes da Receita Federal e da Receita Estadual de São Paulo. Tais operações, apoiadas pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Federal, desmantelaram grandes esquemas de sonegação e de lavagem de dinheiro.

Só em São Paulo, operações deflagraram o bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em bens dos envolvidos, além de autuações contra distribuidoras e postos que sonegaram mais de R$ 210 milhões em ICMS. O setor de combustíveis teria ainda sido alvo de lavagem de dinheiro por organização criminosa que utilizava importadoras, fintechs e fundos de investimento.

As penas para fraude fiscal no Brasil envolvem multas que podem superar duas vezes o valor do imposto sonegado, prisão, bloqueio de bens e interdição da empresa. O Judiciário tem reforçado o bloqueio de fundos usados em movimentações ilícitas, mostrando que a responsabilização rigorosa é multidimensional e cada vez mais efetiva.

Muito dinheiro, cédulas
Fraudes. Crédito: Shutterstock

A proliferação dessas fraudes prejudica empresas e cidadãos que buscam agir de acordo com as regras, provoca concorrência desleal, causa prejuízos aos cofres públicos e compromete políticas sociais essenciais. Para reequilibrar o ambiente de negócios, é fundamental combater com firmeza tais atos ilícitos, investindo em programas de conformidade, premiando o bom contribuinte e ampliando o uso de tecnologia e de cruzamento de dados para reforçar a transparência fiscal.

A atuação firme das autoridades, como ocorreu em São Paulo, é essencial não apenas para punir infratores, mas também para recuperar recursos, incentivar boas práticas e fortalecer a confiança na relação entre fisco e sociedade. Investigações rigorosas, atuação imediata e processos de ressarcimento demonstram que o Estado está atento e comprometido em garantir a integridade do sistema tributário, protegendo os direitos de quem trabalha dentro da lei.

É importante destacar que fraudes fiscais frequentemente se originam em atos aparentemente simples, como uma declaração com informações inverídicas. Muitas vezes, o que começa como omissão ou distorção de dados pode ocultar esquemas sofisticados de sonegação de impostos, movimentação irregular de recursos e desvios milionários.

Não raro, tais ilícitos envolvem autoridades de diferentes esferas e servem de fachada para organizações criminosas que exploram brechas para lavar dinheiro, corromper agentes públicos e desestabilizar o setor produtivo.

A atuação tempestiva e diligente dos órgãos de fiscalização é decisiva. Ela pode revelar que fraudes grandiosas nascem de pequenas ações e evidenciar o quanto é crucial combater também os delitos aparentemente menores, pois deles pode derivar toda uma cadeia criminosa prejudicial à sociedade.

Combatendo a fraude, protege-se o ambiente econômico, asseguram-se recursos para saúde, educação e infraestrutura e valoriza-se quem age com integridade.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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