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É médico geriatra

Dia da Pessoa Idosa: como estamos nos preparando para envelhecer?

Falamos muito na importância de deixar um mundo melhor para os nossos filhos, mas podemos perfeitamente contribuir para fazer desse mundo um lugar melhor para os nossos idosos

  • Gustavo Genelhu É médico geriatra
Publicado em 01/10/2022 às 00h15

Caminhamos para uma sociedade composta por um número cada vez maior de idosos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto hoje o Brasil conta com 20,6 milhões de idosos (10,8% da população), em 2060, esse número representará 26,7% do total.

Como já dizia Arnaldo Antunes em uma de suas canções, “a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer”. Seguimos todos os dias rumo à longevidade, que inclui a soma dos anos que a vida irá nos proporcionar. A cada dia essa busca se atualiza e, com ela, sonhamos em desfrutar dos anos com saúde, lucidez e toda a disposição que a terceira idade tiver para nos oferecer.

Mas uma pergunta se faz pertinente em meio a essa jornada diária rumo à velhice: estamos preparados para envelhecer? Especialmente nesta data em que celebra-se o Dia da Pessoa Idosa (1º de outubro), esse é um ponto importante a se refletir. Essa preparação inclui algumas prioridades essenciais: o cuidado com a saúde, a construção e manutenção de laços afetivos sólidos e o fortalecimento de reservas materiais que irão prover uma terceira idade tranquila e sem maiores necessidades.

E enquanto nos preparamos e torcemos para alcançarmos o “inevitável da vida”, precisamos atuar em um importante processo de desconstrução do preconceito com as pessoas mais velhas, que hoje é tão presente. Também chamada de etarismo, a discriminação por essa faixa etária caminha na contramão de uma velhice feliz e merecidamente valorizada.

Enquanto nos preparamos para desfrutar de uma terceira idade confortável, o caminho nos exige posturas que vão contra o etarismo, nas nossas atitudes, exemplos e nos ensinamentos que deixaremos para quem vier depois de nós.

E assim podemos continuar cuidando do corpo, da mente, da vida profissional, da conta bancária, escrevendo a nossa história e sendo parte de uma sociedade menos egoísta.

Pensamos e falamos muito na importância de deixar um mundo melhor para os nossos filhos, mas podemos perfeitamente contribuir para fazer desse mundo um lugar melhor para os nossos idosos, que pertencem a esse grupo especial que todos nós sonhamos um dia fazer parte, se a vida assim permitir.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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