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É gerente de Soluções Baseadas na Natureza da Suzano

Desmatamento: números caem, mas ações de conservação devem ser recorrentes

No Espírito Santo e na Bahia,  empresa afirma proteger cerca de 270 mil hectares de florestas nativas, além de promover a regeneração natural e o plantio de mudas em áreas degradadas

  • Mariana Appel É gerente de Soluções Baseadas na Natureza da Suzano
Publicado em 17/08/2025 às 14h00

A Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, perdeu grande parte de sua cobertura original ao longo dos anos. O uso intensivo dos recursos naturais resultou em perdas irreparáveis e, mesmo com a recente queda nos índices de desmatamento, restam apenas 12,4% da vegetação nativa, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica — um dado que evidencia os desafios ainda presentes para sua conservação.

A fragmentação da vegetação é uma das principais consequências desse processo. Ela aumenta o risco de extinção de espécies, compromete funções ecológicas e reduz serviços essenciais como a regulação climática, a polinização e a conservação da água e do solo.

Apesar do cenário desafiador, há sinais positivos. No Espírito Santo, por exemplo, onde a Mata Atlântica ainda conserva cerca de 15% da cobertura original, o desmatamento caiu mais de 60% em 2024, de acordo com o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD), do MapBiomas Alerta. Foram 137 hectares desmatados no ano passado, contra 362 hectares em 2023.

Esse avanço é resultado de esforços conjuntos entre diferentes setores da sociedade, incluindo organizações da sociedade civil, órgãos públicos e empresas privadas. Entre essas iniciativas, destacam-se ações voltadas à restauração de áreas degradadas e à formação de corredores ecológicos — estratégias fundamentais para a reconexão de fragmentos florestais e a preservação da biodiversidade.

Uma dessas iniciativas é conduzida pela Suzano, que atua na conservação de biomas como a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia. A companhia estabeleceu a meta de conectar meio milhão de hectares de áreas prioritárias para conservação até 2030. Segundo a empresa, mais de 150 mil hectares já foram conectados desde 2021, por meio de sistemas que integram áreas de vegetação nativa e de produção florestal.

Com a ajuda de populações indígenas, foi iniciada a conexão de dois parques nacionais por meio da implantação de um corredor ecológico que conecta cerca de 50 mil hectares. O trabalho inclui a restauração de áreas indígenas entre os parques Monte Pascoal e do Descobrimento, na Região Nordeste do Brasil, e sua realização foi feita por meio de parceria com a Inovaland, em conjunto com o Fundo Ambiental Sul Baiano (Fasb) e a etnia Pataxó.

Mata Atlântica no Espírito Santo; verde; vegetação; mata; mata nativa
Mata Atlântica no Espírito Santo. Crédito: Wilson Rodrigues

No Espírito Santo e na Bahia, a empresa afirma proteger cerca de 270 mil hectares de florestas nativas, além de promover a regeneração natural e o plantio de mudas em áreas degradadas.

Ainda assim, os desafios persistem. Incêndios criminosos, invasões e outras formas de degradação continuam ameaçando áreas de floresta. Por isso, especialistas reforçam a importância de políticas públicas, fiscalização ambiental e educação para a sustentabilidade como pilares para a proteção contínua dos biomas brasileiros.

A conservação da Mata Atlântica, e de todos os demais biomas, exige mais do que boas intenções: requer continuidade, articulação entre setores e coragem para enfrentar os desafios que ainda persistem. O futuro depende das escolhas que fazemos agora.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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