O sistema imunológico é o guardião do corpo humano, defendendo-o contra invasores como vírus, bactérias e células anormais. No entanto, em algumas situações, ele pode se confundir e atacar tecidos saudáveis, desencadeando doenças autoimunes. Quais os sinais de alerta, os desafios do diagnóstico e os avanços nos tratamentos? Veremos a seguir.
Em condições normais, o sistema imunológico reconhece as células do próprio corpo como “amigas”, graças a proteínas chamadas antígenos próprios. Contudo, em pessoas com doenças autoimunes, algo no reconhecimento falha. Isso pode ser causado por fatores genéticos, infecções ou gatilhos ambientais, levando o sistema a tratar tecidos saudáveis como invasores. Esse ataque pode afetar qualquer parte do corpo, como articulações, pele, glândulas ou até órgãos vitais.
E quais são os sinais e sintomas das doenças autoimunes? Elas apresentam uma ampla gama, que variam conforme o órgão ou sistema afetado. Alguns sinais comuns incluem: fadiga persistente, com uma sensação de cansaço que não melhora com descanso; dores articulares ou musculares, com rigidez, inchaço ou dor que podem ser intermitentes ou constantes; febre baixa inexplicada; lesões cutâneas; queda de cabelo, muitas vezes difusa e sem outras causas aparentes; problemas gastrointestinais, como diarreia, dor abdominal e alterações no hábito intestinal, e outros.
A partir daí, o diagnóstico de doenças autoimunes é uma jornada muitas vezes longa e desafiadora. Isso ocorre porque os sintomas são frequentemente inespecíficos e podem ser confundidos com outras condições. Além disso, essas doenças podem se manifestar de forma intermitente, dificultando a percepção do quadro geral.
No entanto, avanços na medicina têm facilitado esse processo. A maior conscientização sobre essas doenças entre profissionais de saúde e o desenvolvimento de exames mais específicos estão encurtando o tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico que geralmente começa com uma avaliação clínica detalhada, seguida de exames laboratoriais.
Os principais incluem: hemograma completo, para identificar inflamação ou anemia; fator antinuclear (FAN), um exame-chave para detectar doenças como lúpus; proteína C-reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS), para indicadores de inflamação; anticorpos específicos, como os anti-CCP para artrite reumatoide ou anti-TPO para doenças da tireoide; biópsias e exames de imagem, quando necessário para ajudar a confirmar o diagnóstico.
A boa notícia é que o tratamento das doenças autoimunes tem evoluído significativamente. Além dos medicamentos tradicionais, como corticosteroides e imunossupressores, os biológicos trouxeram uma nova esperança. Essas terapias são projetadas para bloquear proteínas específicas que desencadeiam a inflamação, reduzindo os danos ao tecido. Imunoterapias também estão sendo investigadas, com o objetivo de reprogramar o sistema imunológico para parar os ataques contra o próprio corpo.
Ou seja, as doenças autoimunes ainda representam um desafio complexo, tanto para pacientes quanto para médicos. Avanços no diagnóstico e tratamentos modernos oferecem esperança, mas é essencial estar atento aos sinais de alerta e buscar ajuda médica rapidamente. Afinal, a detecção precoce pode fazer toda a diferença no manejo dessas condições, na qualidade de vida do paciente e é essencial para evitar danos irreversíveis, preservando a função dos órgãos e melhorando a qualidade de vida do paciente.
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